Caso Rachel pode levar governo a suspender verba para o SBT
3/20/2014 07:17:00 AM
O governo federal estuda suspender a verba publicitária que repassa à
terceira maior emissora de TV do país, o Sistema Brasileiro de Televisão
(SBT).
O caso é examinado pela equipe do ministro Thomas Traumann, da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a pedido
da líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ).
A deputada acusa a emissora de ter praticado apologia e incitação ao
crime, à tortura e ao linchamento ao exibir comentários da apresentadora
Rachel Sheherazade que, segundo a parlamentar, exaltavam a ação de
chamados “justiceiros” no Rio de Janeiro contra um jovem de 16 anos,
acusado de furto. “A Secom me deu um primeiro retorno dizendo que
concorda com o conteúdo do nosso pedido e que estuda quais providências
tomar”, disse Jandira Feghali ao Congresso em Foco.
A assessoria da Secretaria de Comunicação da Presidência confirmou que a
pasta estuda o assunto, mas afirmou que só o ministro Thomas Traumann
poderia confirmar se concorda ou não com a suspensão da verba. A
reportagem aguarda retorno da Secom desde ontem (18) à tarde.
Em 2012, o SBT recebeu R$ 153,5 milhões em publicidade de verba
publicitária do governo federal. Ficou atrás apenas da Globo (R$ 495
milhões) e da Record (R$ 174 milhões). O valor destinado à TV de Silvio
Santos corresponde a 13,64% do bolo publicitário das emissoras. “Como o
governo pode subsidiar um canal que tem uma editorialista que incita à
violência e à justiça com as próprias mãos?”, questiona Jandira Feghali.
Na edição do telejornal SBT Brasil, do último dia 4 de fevereiro, Rachel
disse que era “compreensível” a ação de um grupo de pessoas que
acorrentou a um poste um adolescente acusado de furto no bairro do
Flamengo, na Zona Sul do Rio. O jovem foi acorrentado, nu, pelo pescoço
com uma trava de bicicleta. Ele teve parte da orelha cortada e só foi
solto após a intervenção de uma moradora.
Para Rachel, a ação dos “justiceiros” se justifica por causa do clima de
insegurança nas ruas e da ausência de Estado. Ela também criticou a
atuação de militantes dos direitos humanos. “Faça um favor ao Brasil.
Leve um bandido para casa”, declarou. Dias depois de ser acorrentado e
solto, o adolescente foi detido novamente, desta vez por tentar assaltar
um turista na cidade. Até o mês passado, o menor acumulava três
passagens pela polícia.
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