Com as chuvas, safra de grãos na PB deve triplicar

As chuvas que começaram a cair neste mês, trouxeram mais esperança para os agricultores. A previsão, agora, é que a safra de grãos deste ano triplique em relação ao ano passado e chegue até 180 mil toneladas de grãos. Contudo, o engenheiro agrônomo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), José Rinaldo de Souza, frisou que além da manutenção do período chuvoso até maio, a estimativa otimista depende da quantidade de sementes distribuídas pelo governo.

No ano passado, a safra sofreu pelo segundo ano com a estiagem, principalmente no Sertão, e colheu apenas 55 mil toneladas, oriundo do Agreste.

Segundo o engenheiro agrônomo do IBGE, a previsão feita em janeiro era de que seriam colhidos este ano 236 mil toneladas de grãos, mas a previsão é de que este número não será alcançado, mesmo se as chuvas se mantiverem neste ritmo, porque o agricultor começou a plantar com atraso.

“Normalmente o plantio no sertão inicia em fevereiro, mas como as chuvas chegaram agora, os agricultores começaram a plantar com cerca de um mês e meio de atraso. Então, dependendo da distribuição de sementes, da regularidade e intensidade das chuvas até maio poderemos chegar a 150 mil toneladas ou 180 mil toneladas de grãos até dezembro”, explicou José Rinaldo.

Entre os produtos colhidos estarão milho, feijão, arroz, fava, algodão e amendoim. O trabalhador do semiárido paraibano enfrenta o terceiro de seca e a colheita dos últimos dois anos esteve longe dos patamares considerados normais. Conforme o engenheiro agrônomo, a safra normal varia entre 290 mil toneladas a 300 mil toneladas.

A safra do ano passado foi de 55.256 toneladas e a de 2012 foi bem menor, chegou a apenas 10.283 toneladas segundo o IBGE. O último montante colhido na Paraíba que alcançou a média normal do Estado ocorreu no ano de 2006, que atingiu quase 300 mil toneladas de grãos.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, destacou que a situação do agricultor ainda é preocupante. Depois de enfrentar três anos de estiagem, eles estão inadimplentes e com isso não há como solicitar mais crédito aos bancos. Diante das incertezas meteorológicas, Mário Borba destacou que a vocação do semiárido é a pecuária.

“Ao invés do governo distribuir semente seria melhor que desse animais. A cada 10 anos o agricultor colhe três safras regulares e ele ainda não sabe qual ano vai ser bom. Então o agricultor deveria trabalhar com caprinos, bovinos e ovinos”, destacou Borba, acrescentando que o sertanejo não tem a cultura de aproveitar vegetações nativas da caatinga e usá-las como forragem para os animais. “Muitos não têm preparo técnico para isso”, lembrou.

O presidente da Faepa enfocou, porém, que o aumento do índice pluviométrico em março renova as expectativas de uma boa colheita. “Se as chuvas continuarem neste ritmo durante três ou quatro meses, poderemos ter uma safra mais próxima do normal”, afirmou.

FETAG-PB CAUTELOSA

Já o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Liberalino Lucena, disse que mesmo com as esperanças trazidas pelas precipitações e com o aumento da quantidade de água nos açudes, ainda é cedo para falar sobre uma melhor colheita.

“Qualquer número é imprevisível. A produção de feijão e milho vai depender da continuidade do inverno”, afirmou.

Com Jornal da Paraíba

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