As condições climáticas estão mudando e favorecendo a ocorrência de
chuvas com mais regularidade em alguns municípios da Paraíba, nas
regiões do Alto Sertão, Agreste, Brejo e Litoral. A paisagem de algumas
cidades castigadas pela seca começa a mudar, trazendo esperanças para
agricultores e moradores que estão sofrendo com o desabastecimento
dágua.
O meteorologista Alexandre Magno, da Agência Executiva de Gestão das
Águas (Aesa) informou que essa mudança já era prevista e foi divulgada
durante a reunião climática ocorrida em dezembro de 2013.
"Já tínhamos relatado que, gradativamente, as condições climáticas
iriam se tornar favoráveis. A mesma coisa foi dita numa reunião mais
recente que aconteceu nos dias 20 e 21 de fevereiro, em Natal, no Rio
Grande do Norte", acrescentou.
Ele informou ainda que as mudanças vêm ocorrendo e os registros de
chuva que acontecem desde meados do mês de janeiro mostram isso. As
condições favoráveis serão mais sentidas nos meses de março e abril.
Esse período, de acordo com o meteorologista da Aesa, é o momento em
que é depositada a esperança de melhora no quadro dos principais
mananciais do estado.
"Nós já verificamos que houve uma recuperação gradativa dos mananciais,
mesmo que ainda com uma quantidade não muito significativa. O período
vem favorecendo à ocorrência de chuvas e isso nos deixa confiantes e com
boas perspectivas" analisou.
Ele citou mananciais como o Boqueirão, em Campina Grande e o açude de
Coremas, no Sertão, que receberam água das últimas chuvas,
possibilitando a manutenção das reservas. Outro manancial que estava
quase que completamente seco, o Jatobá, no município de Patos, também
tomou uma quantidade de água que deixou moradores da cidade mais
confiantes e esperançosos em relação aos próximos meses.
A perspectiva é de que março e abril possam trazer mais precipitações
para regiões onde as chuvas foram mal distribuídas, como a parte leste
do Sertão, Cariri e Curimataú.
Para o meteorologista Alexandre Magno, o período será importante
principalmente por conta da seca registrada nos anos de 2012 e 2013, que
resultou numa irregularidade pluviométrica tão acentuada que acabou
provocando a diminuição dos níveis dos mananciais e o consequente
desabastecimento de grande parte das cidades, no Sertão e Cariri e
Curimataú.
Alexandre Magno informou ainda que após março e abril, que correspondem
aos meses chuvosos, a tendência será a diminuição das precipitações e a
volta da escassez das chuvas, comum à região Nordeste.
O meteorologista, no entanto, disse que não há como prever se os
mananciais poderão ser recarregados de forma satisfatória e se as chuvas
acontecerão com maior regularidade em locais onde ainda não choveu
significativamente.
"O que podemos dizer é que a tendência é favorável e que há
possibilidade de as precipitações atingirem a média dos municípios, uma
vez que já registramos cidades em que choveu acima da média, inclusive",
explicou.
De acordo com a Aesa, em fevereiro houve chuvas significativas em
alguns municípios principalmente do Sertão do estado, como Mato Grosso,
com 247 mm acumulados; São João do Rio do Peixe e Antenor Navarro, com
229 mm; Bom Jesus, com 219 mm; Jericó, 200 mm; Cajazeiras 192 mm; Santa
Helena, 177mm e São José de Piranhas, 165 mm.
No Curimataú, o município com maior precipitação é Nova Floresta, que
acumulou 178mm. Já na região do Agreste, o destaque foi para Mari, com
209 mm, e Salgado de São Felix, com 192 mm acumulados durante o mês de
fevereiro.
Com Correio
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