O humorista Renato Aragão
deixou o hospital por volta das 15h desta quarta-feira (19), um dia
antes do previsto. Aragão apresentou melhora evolutiva e está respirando
espontaneamente, ou seja, sem a ajuda de aparelhos — após ter sofrido
um infarto agudo do miocárdio no sábado (15).
“Já está em casa. Ele está muito bem, saiu tranquilo do hospital.
Agora vai descansar. Tá um garotão”, disse o cunhado Reivaldo Taranto.
Na segunda (17), o humorista recebeu a repórter Lília Teles, do
Jornal Nacional, no hospital da Zona Oeste (veja no vídeo ao lado). Aos
78 anos, brincou sobre o desejo de viver mais sete décadas e, com a bola
na mão, já pensa até em jogar futebol.
“Esse público maravilhoso, que rezou por mim, que ficou preocupado,
esse também é que eu tenho que viver mais 70 anos. Estamos aqui juntos.
Olhe lá, me aguarde”, contou o humorista, que abriu pessoalmente a porta
do hospital para a equipe da TV Globo, já com brincadeiras. “Entraram
no quarto errado, não? Não é aqui não!”. Bem disposto, corado, fazendo
todo mundo rir, e paparicado o tempo todo pela mulher, Lilian, ele
contou o que sentiu.
“Eu estava na festa da minha filha, que foi sexta-feira [14]. Fiquei
feliz da vida, muito alegre. Acabou a festa, fui pra casa, dormi
tranquilo. No dia seguinte, tomei café. Quando foi mais ou menos umas 9h
da manhã, veio uma dor enorme no peito. Parecia que tinha um caminhão
de mudança aqui em cima”, disse, pondo a mão no peito. “Uma dor
indescritível, insuportável. Nunca tinha sentido isso. Eu gritava, mas
já tinha uma equipe médica aqui me esperando. Já me doparam. Ali mesmo
fizeram o tratamento, colocaram um stent”, contou.
‘Vida melhor’, diz médico
O humorista passou por cirurgia para desobstruir a artéria do
coração. Segundo o médico, o infarto foi grave e ele tinha duas lesões.
“Posso dizer que ele vai ter uma vida melhor do que ele tinha há uma
semana”, afirmou.
A recuperação de Renato é considerada excelente pelos médicos. Antes
de sair, ele já fazia planos de uma vida ainda mais saudável. E, pra
garantir isso, já até comprou um brinquedo.
“Olha, gente, assim que sair daqui, me aguarde. Estarei lá no meu
campinho, jogando futebol. Estamos aí, rapaziada”, disse ainda no
quarto, nesta terça, com a bola na mão.
‘Não me leva agora’, pediu
O eterno Didi, dos “Trapalhões”, que alegra o Brasil há mais de 50
anos, se emociona quando se lembra do risco da morte. “Quando eu vinha
pra cá, a dor era tão grande. Eu falava: ‘Meu Deus, não me leva agora,
não me leva agora que não está na hora. Tem muita coisa para fazer.
Olha, tem dois seriados para fazer…”, disse, interrompido pela emoção.
Intérprete do personagem Didi, que completou 50 anos em 2010, o ator
foi nomeado embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef). Além do trabalho na televisão, Renato Aragão já fez mais de 40
filmes. Parte deles com os amigos do grupo “Os Trapalhões”, que deixou
de ser produzido em 1995, após 18 anos de existência.
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