Em
meio aos restos deixados por uma sociedade consumista, homens e
mulheres colhem o que sobra e possa gerar renda ou conforto para eles em
pleno lixão de Patos. Já é quase meio dia de uma quarta-feira do dia 12
de março de 2014, mas as cenas se repetem há mais de 30 anos!
A jovem
Vanessa me olha e diz: “Não gosto de foto”. Vanessa é uma das várias
mulheres que catam o lixo em busca de renda dento de uma realidade
difícil, pois o cheiro fétido se espalha pelo ar, mas já não é sentido
por quem está acostumado com o ambiente.
São
mais de 50 pessoas, mais da metade dessas mulheres, que tiram sua renda
de forma digna do lixão da cidade de Patos. O local está distante dos
olhos do povo do município nas proximidades do Aeroporto Brigadeiro
Firmino Ayres, na estrada que dá acesso aos municípios de Cacimba de
Areia e Quixaba.
Na
caminhada nos deparamos com um pequeno cão que acabara de morrer. Dona
Maria Nilma Gomes, que vive no lixão há mais de 30 anos, relata: “Os
cachorros estão quase todos com lepra. Venha aqui para ver como está
outro cachorro”. No barraco está um cachorro visivelmente doente e que
foi jogado óleo queimado, pois na crença popular isso resolve o
problema.
O lixão
não oferece um galpão para que seja guardado o material reciclado que é
colhido pelos trabalhadores. Na falta disso, barracos são erguidos.
Falta prensa, falta água, falta sombra e sobram urubus que comem ao lado
de homens e mulheres.
A
Prefeitura Municipal de Patos tem até o mês de agosto de 2014 para
acabar com o lixão e construir o aterro sanitário que dará dignidade aos
homens e mulheres que continuarão retirando seu sustento do que a
sociedade joga fora.
Mais um dia no lixão de Patos...
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