Do G1 AC
PMs do Acre invadem Delegacia de Flagrantes (Defla)
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
Um sargento da Polícia Militar do Acre foi preso por um delegado da Polícia Civil, na noite deste sábado (1), por falso testemunho e desobediência, em Rio Branco.
Para realizar o resgate do policial preso, ao menos 50 homens da PM e
do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fortemente armados invadiram a
Delegacia de Flagrantes (Defla) causando confusão no local.
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Leonardo Santa Bárbara, tudo
começou quando um condutor sofreu um acidente de carro por volta das
15h30. Após receber atendimento médico, ele foi conduzido à delegacia
por dirigir embriagado. O boletim de ocorrência foi registrado somente
às 19h50. O sargento, que registrou a ocorrência, contou ao delegado que
o conduzido foi oportunizado a fazer o bafômetro, mas se recusou a
fazer o teste.
"Eu perguntei ao sargento se ele teria o equipamento para realizar o
teste e ele disse que sim. Então determinei que ele fizesse o bafômetro
no conduzido naquele momento. O sargento disse que não iria fazer. Eu
pedi para constarem no livro a recusa do policial em atender ao meu
pedido e passei a fazer o procedimento do flagrante. Como autoridade
policial, estava questionando sobre o ocorrido, ele se recusou e disse
que não iria assinar. Então dei voz de prisão", conta o delegado, que
não especificou qual ação do PM preso caracterizou o crime de falso
testemunho.
Ao tomarem conhecimento do caso, policiais militares invadiram a
delegacia. O tenente-coronel Márcio Alves, comandante da Companhia
Estadual de Trânsito, foi apontado como o responsável pela invasão e
resgate do PM preso. Imagens gravadas pelos próprios policiais mostram
agressões e chutes no momento do resgate.
O que pensam as autoridades
O delegado de Polícia Civil, Alcino Júnior, qualificou o ato como
'coorporativismo maléfico dentro da segurança pública'. "Infelizmente
gera uma crise. A gente não pode esconder. Quebraram a delegacia. O
coronel Márcio chegou em uma situação que estava sendo resolvida e
determinou que o preso fosse retirado daqui. Os policiais militares
estavam em maior número, inclusive com fuzis, e nós iremos tomar as
medidas. Nós temos um foragido", disse.
Segundo Rafael Pimentel, presidente da Associação dos Delegados de
Polícia Civil do Acre, medidas judiciais serão tomadas. "O grupo, que
deveria gerar segurança, traz a insegurança para dentro da delegacia.
Dessa forma, a associação tomará tanto as medidas judiciais, como também
atuará incisivamente para cobrar a punição e atuação do Estado nesse
caso".
Os policiais militares e do Bope que participaram da confusão procuraram
o comando geral da PM. Minutos depois, chegaram o comandante coronel
José Anastácio e o secretário de Segurança Pública, Renir Graebner, que
fizeram uma reunião a portas fechadas, para discutir o caso e decidir
que providências serão tomadas.
"Fizemos uma reunião imediata exatamente para resolver a situação. As
instituições estão acima de qualquer desentendimento. A situação está
superada e os fatos serão apurados e depois divulgados" afirmou o
secretário de Segurança Pública Ildor Reni Graebner.
Para o comandante geral da Policia Militar, cel José dos Reis Anastácio,
apesar da confusão entre as instituições, não há crise. "Esses são
fatos que não podem interferir nas instituições. Elas voltam a funcionar
dentro da normalidade. As apurações continuam, o incidente já
aconteceu. Não há crise. Nunca houve e nunca haverá. Esses casos são
casos isolados que estão sendo apurados", disse.
Colaborou, Débora Ribeiro, da Tv Acre.
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