Ficar preso em uma cadeira de rodas para o resto de suas vidas é uma
ideia horrível para a maioria das pessoas.Certamente este não é o caso
de Chloe Jennings-White. Uma química, de 57 anos de idade, de Salt Lake
City, Utah. Ela tem um desejo “não tão convencional” de se tornar uma
paraplégico (pessoa paralisada da cintura para baixo).
Sua vontade deixa boa parte das pessoas em estado de choque. Chloe vive a
vida de uma pessoa com deficiência. Ela se movimenta em uma cadeira de
rodas e usa muletas longas que travam o joelho para capacitá-la a andar
com elas. Porém, quando precisa ir para cima ou para baixo em um lance
de escadas, ela simplesmente se levanta, tira os suspensórios e anda
como uma pessoa normal.
Como a maioria das pessoas paralisadas, ela adora atividades ao ar
livre, só que em vez de usar o equipamento especializado para permitir
tais atividades, ela faz caminhadas de 12 horas na floresta, anda por
encostas perigosas, escala montanhas, tudo como uma pessoa normal. Chloe
Jennings-White não possui nenhuma deficiência: ela só gosta de se
sentir assim. Em 2008, os médicos a diagnosticaram com TIIC (Transtorno
de Identidade de Integridade Corporal), um distúrbio psicológico grave
que faz com a pessoa se sinta mais feliz como se fossem amputados ou
paraplégicos. Para resistir aos impulsos de danificar a espinha
cumprindo seu desejo de tornar-se paralisada, os médicos sugeriram que
ela usasse uma cadeira de rodas e aparelhos especiais. Ser capaz de
passar a maior parte de seu tempo como um paraplégico foi um alívio
enorme para Chloe, mas ela admite que às vezes fantasia sobre sofrer um
acidente para danificar realmente suas pernas. Desde que ela era uma
garotinha, Chloe sonhava em ficar paralisada da cintura para baixo. Ela
tinha uma tia que tinha se tornado paraplégica em seus 20 anos em
decorrência de um acidente de bicicleta. Então, com nove anos, ela subiu
em sua bicicleta e circundou um palco de madeira com uma altura
considerável e se jogou de lá, com a única intenção de lesionar sua
coluna. Ela só tinha um enorme desejo de ser como a tia Olive, e não
sabia o que havia de errado nisso. Quando ela tinha 10 anos de idade,
Chloe descobriu que pedaços duros de madeira amarrados com bandagens
imobilizavam ambas as pernas, e isso a fez se sentir muito melhor, pois
podia fingia ser paraplégica e realizar seu desejo.
Chloe estudou química na Universidade de Cambridge e foi enquanto
trabalhava no Instituto de Pesquisa de Stanford que o TIIC realmente
começou a tomar conta dela. Ainda assim, ela conseguiu controlar seus
impulsos, até que desenvolveu fibromialgia (dor e sensibilidade nos
músculos, tendões e articulações), com 31 anos.
A doença a obrigou a desistir de atividades que amava fazer, como jogar
tênis, mas também, finalmente, deu-lhe uma desculpa para usar os
suportes na perna em público. Ela nunca disse a ninguém sobre seus
desejos estranhos, pensando que iriam considerá-la louca. Ela mesma
achava que ela era louca só de pensar nessas coisas. Não contou nada até
resolver ser honesta sobre seus impulsos estranhos com sua parceira,
Danielle, que começou a ir à terapia com Chloe. Ela, então percebeu que
não havia ninguém para culpar por aquilo que ela tinha: era apenas seu
cérebro que funcionava de maneira diferente. Chloe Jennings-White
começou a usar uma cadeira de rodas para resistir ao desejo de se tornar
paraplégica, o que ajudou muito, mas não acabou com seu desejo de um
dia perder a sensibilidade em suas pernas. Ela até perguntou a um médico
sobre alguma cirurgia que poderia fazer isso acontecer. Ele disse a ela
que encontrar um cirurgião disposto a cortar sua medula espinhal era
provavelmente impossível, mas alguns médicos podiam ser capazes de
proporcionar isso cortando seu nervo ciático. Por enquanto, ela continua
a viver como uma paraplégica, gastando cerca de 12 horas por dia em uma
cadeira de rodas, saindo dela apenas quando vai fazer esportes como
caminhar no verão e praticar esqui no inverno. Ela sofreu um acidente de
esqui grave em 2006 que danificou sua coluna vertebral até certo ponto e
os médicos disseram a ela que, se continuasse a praticar esqui e
caminhadas, realmente se arriscaria ficar a paralisada. Infelizmente,
isso só a motivou a continuar fazendo as atividades. “O sofredor TIIC”,
diz ela, “recebe todos os tipos de comentários irritados de pessoas que
me consideram uma fraude, mas eles não compreendem plenamente a minha
condição. Usando a cadeira de rodas, apesar da minha capacidade de se
mover como uma pessoa normal, salvou minha vida.”.
Fonte:CássioFotografias com PortalaDesgraça
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