Carro que fala e dirige sozinho será real com inteligência artificial

Chevrolet FNR Concept (Foto: Divulgação/Newspress)
A ciência dará à luz num futuro não tão distante uma "supermáquina" como o da popular série de televisão dos anos 1980 Knight Rider (conhecida no Brasil como "A Super Máquina"), um progresso da inteligência artificial cujo lado obscuro são os temíveis robôs assassinos.
"Que existam robôs-soldados ou drones que decidam quando, onde e quem matar na guerra é perigoso. Mas a inteligência artificial (IA) tem boas aplicações, na medicina ou em carros autodirigíveis", afirmou à AFP em Buenos Aires o pesquisador catalão Ramón López de Mántaras.
O convite de López a ser mais otimista sobre os avanços da ciência e a tecnologia foi a reação aos sombrios vaticínios da carta divulgada na última terça-feira (28) contra as armas ofensivas autônomas, que reuniu milhares de assinaturas, entre elas a do astrofísico britânico Stephen Hawking.
O chamado impactou também pela coincidência com a realização na capital argentina da Conferência Internacional Conjunta sobre Inteligência Artificial, com mais de 1.200 pesquisadores de todo o mundo, muitos deles signatários da carta.
"Quando os irmãos Curie pesquisavam a radioatividade e o átomo, não estavam pensando em uma arma nuclear. Não é possível parar a ciência, é insensato freá-la. Não acredito na profecia de que a IA irá superar a humana", explicou López, diretor do Instituto de Pesquisa em IA de Barcelona.
Descrença compartilhada por Ricardo Rodríguez, pesquisador da Universidade de Buenos Aires, para quem a robótica não compete com os seres humanos. "É verdade que podem inventar tanques de guerra autônomos, o que é horrível. Mas não é pior do que o que já existe hoje", afirmou à AFP.
Mercedes-Benz F015 Concept (Foto: Divulgação/Newspress)Mercedes-Benz F015 Concept (Foto: Divulgação/Newspress)
Carro falante
Um duro debate está aberto na comunidade científica. Alguns prognósticos parecem apocalípticos e distópicos, como na saga cinematográfica de "Exterminador do Futuro", onde o supercomputador Skynet assume o controle e decide destruir os seres humanos.
"É preciso compensar todo esse mal com o que há de bom na IA. Para conseguirmos um carro completamente sem piloto, falta pouco. Em 10 ou 20 anos, haverá muitos em circulação para dar mais segurança", afirmou o pesquisador espanhol, doutor em Física e em Informática.
Como nas histórias fantásticas do escritor francês Jules Verne, a ficção científica do século XX imaginou inclusive o veículo autodirigível. Causou furor nos anos 1980 a série de televisão "Knight Rider", conhecida no Brasil como "A Super Máquina".
Protagonizada por David Hasselhoff (famoso pela série Baywatch), que aparecia para suas missões em defesa dos fracos e oprimidos munido de um carro KITT (Knight Industries Two Thousand), um Pontiac preto que tinha capacidade de falar, dirigir sozinho e ser uma poderosa arma.
"A tecnologia no setor automobilístico é progressiva. Vão sendo incorporadas mudanças, como a direção assistida ou o câmbio automático. Ou alarmes, se o carro sai do caminho. Este é o caminho para chegar ao carro que vai sozinho e substitua completamente as pessoas", explicou López.
Os projetos mais avançados de carro sem motorista são da Google. Os carros circulam por Mountain View, na Califórnia, sede da gigante tecnológica.
Mito de Frankestein
A crescente demanda pela conectividade levou a iniciativas para que os carros recebam atualizações em tempo real sobre o tempo, o trânsito, estacionamento, pressão dos pneus, estado da bateria, etc.
O piloto automático no avião já é um fato corriqueiro. Mas a ameaça de que uma máquina tome o poder foi advertida por cientistas como Hawking ou o co-fundador da Apple Steve Wozniak.
É o mito de Frankestein, um monstro que sai de controle. Na verdade, "seria o mito de Prometeu, ou o homem que rouba o fogo e o poder dos deuses. Que joga com seus criadores", filosofa López.
Mas é possível violar as leis da robótica, formuladas pelo escritor Isaac Asimov, segundo as quais um robô não pode nunca causar danos a um ser humano? "Sim, porque se quem fabrica um robô não cumpre as leis, há um perigo", alerta o pesquisador.
Renault Kwid Concept (Foto: Divulgação)Renault Kwid Concept (Foto: Divulgação)
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