Assassino de Fernanda é condenado a 31 anos

 
A juíza Anna Karla Falcão, da 3ª Vara Criminal de João Pessoa, condenou Jefferson Luís de Oliveira Soares a cumprir pena de 31 anos de prisão. Ele foi considerado culpado pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação do cadáver da estudante Fernanda Ellen Miranda Cabral, de 11 anos.
A vítima foi raptada, morta e enterrada no quintal da casa de Jefferson no dia 7 de janeiro deste ano, mas o crime só foi descoberto cerca de quatro meses depois.

Segundo o delegado Aldroville Grise, que investigou o caso, a magistrada aplicou a sentença de forma monocrática, já que o processo não foi a júri popular. “Foram 29 anos pelo latrocínio e dois anos pela ocultação do cadáver”, acrescentou.

A sentença saiu mesmo sem a conclusão de todos os exames necroscópicos necessários ao caso.  De acordo com Grise, ficou pendente o laudo que aponta a causa da morte. Outra questão que não foi esclarecida é se a criança também foi vítima de estupro. O delegado explicou que uma perícia feita no corpo da estudante detectou a presença de um tipo de aminoácido que faz parte do líquido produzido pela próstata.

No entanto, a mesma substância é encontrada em saliva, em fezes e em cadáver em decomposição. “Como o corpo estava em avançado estado de putrefação, não houve condições dos peritos apontarem se o aminoácido era do líquido prostático ou se era da própria decomposição. Por isso, o laudo foi inconclusivo e não apontou se houve ou não estupro”, disse o delegado.

Apesar disso, Grise acredita que a Fernanda Ellen foi vítima de violência sexual. Ele acrescentou que Jefferson foi acusado de um estupro, praticado em 2010, contra uma adolescente. Segundo ele, esse crime possui coincidências com o caso de Fernanda Ellen.

“Essa vítima morava perto da casa do acusado, também era vizinha dele e foi abordada perto de casa.  Foi a mesma forma como ele agiu com Fernanda. A mesma situação. Estou convicto que ele estuprou Fernanda”, afirmou o policial. Com base nas informações apuradas no processo de Fernanda Ellen, o delegado vai reabrir o inquérito policial sobre o estupro ocorrido em 2010.

PAI CONSIDERA SENTENÇA COMO UMA ALÍVIO

Para o pai de Fernanda Ellen, Fábio Júnior Cabral de Oliveira, a sentença é motivo de alívio. Ele disse que, em virtude da gravidade do crime cometido, Jefferson merecia pena maior,  mas está satisfeito com a decisão da juíza. “Ele deveria ficar uns 200 anos na cadeia. Fez por merecer. Mas, só em saber que ele vai ficar uns 10, 15 anos preso já dá uma sensação de justiça”, afirmou. 

Sete meses e 13 dias já se passaram desde o dia do crime. Apesar do acusado estar preso, a família ainda não conseguiu retomar a vida. Pais e um irmão de Fernanda estão morando numa casa doada pela Prefeitura de João Pessoa, em endereço não revelado. “Estamos com receio. Minha esposa ainda sofre muito com tudo isso e não consegue esquecer. Está muito abalada. Eu já voltei a trabalhar, estou tentando cuidar das coisas. Temos um filho de três anos que precisa da gente. Estamos tentando, aos poucos, dar um rumo na vida, mas está difícil”, desabafou.  

Desde que o corpo foi encontrado, Jefferson está preso na Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1). Por questões de segurança, ele está isolado dos demais presos, dividindo o espaço apenas com outros acusados de estupro.
Com Nathielle Ferreira  e foto de Francisco França do JP Online
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