Volume
morto é a água abaixo dos sistemas de captação de Cantareira.
Especialista lembra que na Grande São Paulo estão 25% do PIB do País
O
uso do volume morto do sistema Cantareira, composto por seis
reservatórios interligados, pode causar um colapso no sistema de
abastecimento de água da Grande São Paulo e nos rios do Interior do
Estado, além de colocar em risco a economia do País. A afirmação é do
Consórcio PCJ, associação que reúne prefeituras, indústrias e entidades
de 43 cidades da região de Campinas, Piracicaba e Jundiaí.
O
volume morto é a água que está abaixo dos sistemas de captação dos
reservatórios do Cantareira. Esse volume nunca foi retirado e serve como
reserva. Mas, recentemente, a Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo (Sabesp) foi autorizada pelo governador Geraldo Alckmin
(PSDB) a usá-lo.
A
Sabesp já começou serviços que permitem a retirada desse volume, de
cerca de 400 milhões de litros hídricos. Atualmente, o volume útil do
Cantareira, sem o volume morto, caiu para 15,8% de sua capacidade, o
menor patamar desde que foi criado, em 1974. Para José Cezar Saad,
coordenador de projetos do consórcio, é desaconselhável usar a reserva:
“O ideal seria adotar o racionamento, sem dúvida”.
Ele
acrescentou que, se o volume de chuvas e o consumo de água atuais do
Cantareira se mantiverem, o volume útil do sistema se esgotará no fim de
maio. E, em junho, será necessário usar a reserva. “É um risco muito
grande a utilização do volume morto. Dependendo da quantidade de chuva e
do volume utilizado, o sistema Cantareira pode nunca mais se recuperar
como um todo”.
Para
Antonio Carlos Zuffo, diretor do Departamento Hídrico da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), um racionamento hoje pode evitar uma
“catástrofe” no período oficial de seca, entre abril e setembro. E
acrescentou que a falta de água pode colocar em risco a economia do
Brasil: “A macrometrópole paulista representa 80% do PIB do Estado e 25%
do PIB do País”, disse o especialista.
Economia
A
presidente da Sabesp, Dilma Pena, confirmou que o programa de economia
de água que dá 30% de desconto na conta daqueles que são abastecidos
pelo sistema Cantareira será prolongado pelo ano todo. A ideia é
preservar o manancial e garantir o abastecimento ao longo de 2014.
O
desconto só é concedido para aqueles que reduzirem a partir de 20% o
consumo médio em relação aos últimos 12 meses. (da Folhapress)
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