O
leite de cabra é um alimento com excelentes benefícios nutricionais e
pode produzir produtos derivados com alta qualidade gastronômica.
Visando aumentar a regularidade da oferta de leite e desenvolver modelos
de sistemas de produção, o Governo do Estado incentiva pesquisas
desenvolvidas pela Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba
(Emepa-PB), por meio do Programa “Desenvolvimento de Sistemas Eficientes
de Produção de Leite Caprino no Semiárido – Sisleite”, para oferecer
tecnologias sustentáveis para que o agricultor familiar invista na
produção de leite caprino.
As
pesquisas que estão sendo realizadas em parceria com a as Universidades
Federais da Paraíba (UFPB) e de Campina Grande (UFCG) já demonstram
resultados promissores, pois desde a execução do Programa Sisleite, que
faz parte do Projeto Agrocapri, há produção de leite de cabra durante
todo o ano, o que não acontecia devido à irregularidade no ciclo
reprodutivo, ocasionada pelo baixo nível nutricional dos rebanhos.
De
acordo o coordenador do Sisleite, Edgard Pimenta, os animais têm como
fontes de alimentação a silagem de sorgo, o feno e a caatinga, além dos
concentrados. E uma das ações do Programa, que foi custeado pela
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), prevê que a quantidade de
alimento conservado alimente o dobro de animais. Isso permitirá que o
caprino esteja bem nutrido, se reproduza regularmente e estabilize a
produção de leite no semiárido.
“A
regularidade de oferta da produção de leite de cabra poderá sustentar a
indústria. Isso porque as cabras têm três épocas de parição ao invés de
uma. Além disso, estão sendo introduzidas técnicas para baratear
algumas fases do custo de produção, já que a ideia é que o produtor
rural possa aplicar as tecnologias e conhecimento à realidade local, com
instalações rentáveis”, complementa Edgard.
Atualmente,
o consumo de leite de cabra não tem uma cadeia produtiva bem
caracterizada, já que, praticamente, seu único comprador é o Governo do
Estado. A ideia do Sisleite é que esse sistema venha servir de base para
uma cadeia produtiva dentro do mercado privado, oferecendo produtos
diferenciados e de qualidade, como, por exemplo, queijos finos e
iogurte.
De
acordo com o presidente da Emepa, Manoel Duré, esse projeto é mais um
apoio do Governo do Estado ao Programa de Leite da Paraíba, que visa
promover a melhoria da qualidade de vida das famílias de baixa renda,
através da distribuição do alimento para combater a fome e a desnutrição
infantil. Atualmente, a Paraíba já produziu em torno de 20 mil litros
de leite de cabra por dia, devido à introdução de tecnologias dentro do
sistema de produção.
No
Brasil, o mercado de fato nunca foi trabalhado de maneira consistente
para o consumo de leite de cabra e de seus derivados. Em países onde tem
caprinocultura leiteira, o queijo de cabra é o primeiro produto a ser
vendido. Aqui no País, colocaram para ser o principal produto o leite
líquido, concorrendo com o mercado consumidor de leite de vaca. Mas o
que deveria ser trabalhado era o queijo, compatível com o mercado
internacional.
Segundo
o coordenador do Agrocapri, Wandrick Hauss de Sousa, a partir do
próximo ano, a Emepa estará trazendo produtores para acompanhar as
tecnologias e pesquisas que estão sendo trabalhadas nas Estações
Experimentais, de modo que eles possam utilizá-las. O objetivo desse
intercâmbio de conhecimento é desenvolver um modelo que seja 100%
ajustado às condições dos produtores.
se
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