2014, que ano!
Provando que o jogo só acaba quando termina, na penúltima semana de dezembro - e no dia do aniversário do Papa - Cuba e EUA escreveram um importante capítulo na nossa história, retomando relações diplomáticas após 53 anos de hostilidades.
Em contrapartida, os EUA e a Rússia vivem a pior crise desde os tempos de Guerra Fria, com a instabilidade na Ucrânia e a anexação da Crimeia por parte do governo de Vladimir Putin.
2014 também foi um ano em que o mundo viu o crescimento estarrecedor do Estado Islâmico e que, mais do que nunca, o terrorismo chegou até a internet. O grupo ganhou ainda mais atenção da mídia ocidental ao decapitar reféns americanos e britânicos - e fazer com que as cenas dos crimes chegassem no mundo inteiro com uma velocidade ímpar.
Apesar dos episódios tristes, o ano também teve um monte de coisa boa: a ativista paquistanesa Malala Yousufzai se tornou, aos 17 anos, a mais jovem ganhadora de um Prêmio Nobel, e os EUA e a China assinaram um acordo histórico pelo clima.
Veja os principais acontecimentos do ano que termina.
Morre Ariel Sharon
AP Photo/Baz Ratner
O ex-premiê israelense morreu no dia 11 de janeiro, aos 85 anos, em um hospital perto de Tel Aviv. O líder de direita estava em estado vegetativo desde 2006, quando sofreu um derrame.
Protestos na Venezuela
AP Photo/Rodrigo Abd
A crise na Venezuela se agravou em fevereiro, mas as tensões já vinham desde 2013, quando opositores foram às ruas pedir uma recontagem dos votos da eleição que levou Nicolas Maduro à presidência. No dia 12 de fevereiro, Dia da Juventude, violentos confrontos deixaram três mortos no país.
Crise na Ucrânia
AP Photo/Efrem Lukatsky
As tensões vinham crescentes desde novembro de 2013, quando o governo ucraniano se negou a assinar um acordo com a União Europeia, priorizando laços com a Rússia; milhares de pessoas foram às ruas e, em fevereiro, 82 pessoas morreram nos confrontos. No dia 22 de fevereiro, o então presidente Viktor Yanukovich deixou a capital, e diversos prédios públicos, inclusive o palácio presidencial, foram ocupados.
Sumiço do voo da Malaysia Airlines
AP Photo/Joshua Paul
O voo MH370, que viajava entre Kuala Lumpur e Pequim, desapareceu pouco depois da decolagem em 8 de março com 239 pessoas a bordo, sendo doze tripulantes e 227 passageiros. No meio do caminho entre a Malásia e o Vietnã, o avião mudou de rumo, para o oeste, em direção contrária a sua rota, e os sistemas de comunicação foram desativados "deliberadamente", segundo as autoridades malaias. A aeronave teria voado durante várias horas até esgotar o combustível e cair no mar.
Referendo na Crimeia
AP Photo/Sergei Grits
No dia 16 de março, mesmo com forte oposição da ONU e da comunidade internacional, foi realizado o referendo na Crimeia, que definiu a separação da península da Ucrânia e sua anexação ao território russo. Mais de 95% dos eleitores teria decidido pela separação. No entanto, uma pesquisa feita antes da invasão revelou que apenas 42% dos habitantes eram favoráveis ao desmembramento, o que levantou suspeitas na comunidade internacional de que o resultado do referendo possa ter sido manipulado.
Condenados no Egito
AP Photo/Ahmed Abd El Latef, El Shorouk
No dia 24 de março, 529 pessoas foram condenadas à morte por acusações diversas. Os condenados eram ligados à Irmandade Muçulmana, do ex-presidente Mohamed Mursi, eleito democraticamente e deposto em 2013 pelo Exército. Foi a maior condenação em massa à pena capital da história moderna do país; pelo menos 370 condenados foram julgados à revelia.
Surto de Ebola
Getty Images
Os primeiros casos do surto atual de Ebola foram confirmados em março desde ano na Guiné. Foi o pior surto da febre hemorrágica da história, e pelo menos oito países - Guiné, Libéria, Nigéria, Mali, Espanha, Estados Unidos, Serra Leoa e Senegal - registraram casos de contaminação pelo Ebola. Até o dia 10 de dezembro, a Organização Mundial da Saúde tinha registrado 17.942 casos e 6.388 casos ligados ao vírus.
Sequestro de meninas na Nigéria
AP Photo/File
O Boko Haram, grupo extremista, sequestrou mais 276 meninas de uma escola em Chibok no dia 14 de abril, no nordeste da Nigéria. Algumas garotas conseguiram escapar do cativeiro deste então, mas 219 seguem em poder do grupo. A situação motivou protestos no mundo inteiro, pedindo que as jovens fossem postas em liberdade. Em outubro, uma agência de notícias chegou a divulgar que o governo e o Boko Haram haviam chegado a um acordo e negociavam o resgate das jovens, mas nada foi confirmado.
Eleições na Índia
AP Photo/Rajanish Kakade
O partido de oposição Bharatiya Janata Party (BJP), de origem nacionalista-hindu, venceu nas eleições de maio o tradicional Partido do Congresso na Índia; Narendra Modi, o novo premiê é forte defensor da iniciativa privada e da modernização e maior abertura do país.
Rei da Espanha abdica
AP Photo/Zipi, Pool
Após 40 anos no torno, o rei Juan Carlos, da Espanha, anunciou em junho que iria renunciar. Seu filho, príncipe Felipe, assumiu o lugar do pai. A decisão, segundo a coroa espanhola, foi motivada por questões políticas e não de saúde.
Estado Islâmico ganha força
AP Photo
O Estado Islâmico, grupo extremista que atua no Iraque e na Síria afirmou, em junho, ter estabelecido um califado nas áreas sob seu controle. O anúncio foi feito por meio de um vídeo publicado na internet - forma de comunicação e divulgação bastante utilizada pelo grupo - e Abu Bakr al-Baghdadi foi declarado califa. O Estado Islâmico se estenderia de Aleppo, no norte da Síria, até a província de Diyala, no leste do Iraque.
Queda do avião da Malaysia Airlines
AP Photo/Dmitry Lovetsky
Um avião da Malaysia Airlines, que voava de Amsterdã para Kuala Lumpur foi atingindo por um míssil enquanto passava pelo espaço aéreo ucraniano no dia 17 de julho - região palco de conflitos separatistas. Havia 280 passageiros e 15 membros da tripulação a bordo, todos morreram. O acidente segue sendo investigado.
Ofensiva israelense em Gaza
AP Photo/Hatem Moussa
O sequestro e o assassinato de três jovens israelenses foram o estopim para a nova onda de conflitos. Os corpos foram encontrados no dia 30 de julho, e Israel responsabilizou o Hamas pelas mortes. Poucos dias depois, um jovem palestino foi morto. Começou, em julho, um intenso bombardeio entre os dois territórios. Mesmo com um cessar-fogo firmado em agosto, a tensão continuou elevada e episódios de violência - com mortes de ambos os lados - continuaram sendo registrados.
Estado Islâmico decapita refém norte-americano
Reprodução
No dia 19 de agosto, o Estado Islâmico divulgou um vídeo mostrando a decapitação de James Foley, jornalista norte-americano que havia sido sequestrado na Síria no ano anterior. Além de Foley, o grupo decapitou mais quatro reféns ocidentais: o jornalista Steven Sotloff e os trabalhadores humanitários britânicos David Haines, Allan Henning e o americano Peter Kassig.
Tensão racial nos EUA
Charlie Riedel / AP Photo
As manifestações em Ferguson começaram em agosto, após o jovem negro Michael Brown ser morto a tiros pelo policial Darren Wilson. Uma autópsia independente revelou que ele morreu após receber pelo menos seis tiros, dois na cabeça. A discussão sobre o racismo nos EUA ganhou espaço no país e voltou à tona em dezembro, quando um juri decidiu não indiciar Wilson. Um caso semelhante aconteceu em dezembro, em NY, provocando novas manifestações.
Referendo na Escócia
AP Photo/Matt Dunham
Com um recorde de participação eleitoral, os escoceses decidiram pela permanência do país no Reino Unido no referendo realizado dia 18 de setembro. Os opositores da independência venceram com 55,3% dos votos, enquanto os separatistas obtiveram 44,7%. Foram registrados 3,6 milhões de votos, 85% de comparecimento. Um resultado pró-independência colocaria fim a uma união de 307 anos com a Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.
Sumiço no México
AP Photo/Dario Lopez-Mills
No dia 26 de setembro, 43 estudantes de uma escola de magistério em Ayotzinapa, no estado mexicano de Guerrero, desapareceram enquanto viajavam para participar de uma manifestação. O sumiço provocou uma grande crise política no país, e revelou uma polícia a serviço dos cartéis de drogas e políticos coniventes e diretamente envolvidos com o crime organizado. Investigações revelaram que os estudantes foram mortos e seus corpos foram queimados.
Revolução do Guarda-Chuva
AP Photo
Milhares de estudantes tomaram as ruas de Hong Kong em novembro, após o governo central da China recusar eleições livres no território, em 2017. Entre períodos de maiores conflitos e temporadas de calmaria, os manifestantes ficaram mais de dois meses ocupando espaços públicos da cidade. Em dezembro, a polícia subiu o tom e começou a desmontar os acampamentos.
Malala ganha Prêmio Nobel da Paz
AP Photo/Matt Dunham
A paquistanesa Malala Yousafzai e o ativista indiano Kailash Satyarthi foram os vencedores do Prêmio Nobel da Paz em 2014. O resultado foi anunciado no dia 10 de outubro, e o prêmio entregue dois meses depois. Malala se tornou a mais jovem na história a vencer um Nobel.
Evo Morales conquista 3º mandato
AP Photo/Juan Karita
Eleito com mais de 60% dos votos, Morales conquistou em outubro o seu terceiro mandato como presidente da Bolívia. Assim, ele se torna o mandatário que governou o país por mais tempo. Entre suas conquistas, estão a redução da pobreza e a estabilização da economia do país. Seus opositores, no entanto, o acusam de ter pretensões de se perpetuar no poder, e afirmam que o processo eleitoral foi fraudulento.
Muro de Berlim, 25 anos depois
AP Photo/Michael Sohn
Berlim comemorou, no dia 9 de novembro, os 25 anos da queda do muro, que dividiu a Alemanha em capitalista e socialista entre 1961 e 1989.
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