O
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa,
criticou nesta segunda-feira (30) durante palestra em São Paulo a
"influência política" exercida sobre juízes que têm expectativa de
progressão na carreira.
No evento, um fórum promovido pela revista
'Exame', Barbosa foi questionado pela plateia sobre combate à
corrupção, o caso do mensalão e sobre se o sistema atual de indicação de
ministros do STF fragiliza as decisões da Corte.
Para o presidente do Supremo, os juízes
ingressam na carreira por concurso público, mas, ao tentar ascender
profissionalmente, "entram num fenômeno que eu acho dos mais
perniciosos, que é a influência política”.
Barbosa mencionou como exemplo um juiz
federal promovido para um tribunal superior. Segundo ele, “não há
mecanismo que crie automatismo para que esse juiz seja promovido sem ter
que sair por aí com o ‘pires na mão’”.
“Permita que ele evolua na sua carreira de
maneira natural, sem que tenha que sair por aí pedindo apoios
políticos. Vamos atacar o problema na sua raiz”, defendeu o ministro,
para quem "é preciso deixar o juiz em paz".
“Acredito firmemente que quando um juiz
quer, ele decide, ele aplica. Só não aplica a lei aquele juiz que é
medroso, é comprometido ou politicamente engajado. E isso o distrai, o
impede moralmente”, disse o ministro.
Depois, em entrevista coletiva, Joaquim
Barbosa afirmou que não se pronunciaria sobre entrevista concedida pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal "Correio Braziliense".
Na entrevista, Lula afirmou que, hoje, teria “mais critério” para
escolher e nomear ministros do STF.
“Não tenho nada a dizer. Ele foi
presidente da República, eu não sou presidente da República. Não tenho
nenhum papel na nomeação de ministros do STF e nunca procurei exercer
influência sobre esse papel, porque não me cabe”, disse.
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