
América Bulls contará com dois estrangeiros na Final da Liga Nordestina de Futebol Americano em João Pessoa
Virou rotina. Nos últimos três anos não tem como se falar em
futebol americano no Nordeste sem se referir ao João Pessoa Espectros.
Em 2011, na primeira edição da Liga Nordestina (Linefa), o time de João
Pessoa foi campeão vencendo o Recife Mariners na final. Ano passado,
repetiu a dose em cima do América Bulls, de Natal. Também em 2012,
estreando no Campeonato Brasileiro, os paraibanos ficaram em terceiro
lugar, após perderem a semifinal para o campeão Cuiabá Arsenal. Além dos
títulos coletivos, o time também está cheio de destaques individuais,
com vários jogadores convocados para a seleção brasileira e sempre com
atletas lembrados na elaboração de listas dos melhores do país nas
categorias adulto, sub-23 e sub-19.
É para tentar acabar com essa hegemonia na região que o América
Bulls, time de futebol americano associado ao América de Natal, vem hoje
a João Pessoa para disputar mais uma final da Liga Nordestina. Após
perder em casa ano passado por 28 a 14 (4 touchdowns a 2), os
“americanos” foram buscar reforços exatamente na terra dos inventores do
futebol da bola oval.
No primeiro semestre, o time foi treinado pelo técnico Scott
Spencer, que é natural do estado de Michigan e jogou pela famosa
universidade Michigan State. Com 28 de carreira no futebol americano,
Spencer foi o responsável por montar os novos esquemas táticos de ataque
e defesa dos alvirrubros, mas voltou para os EUA antes do início do
campeonato. Em setembro chegaram mais dois reforços da terra do Tio Sam:
o quarteback Brian Gessel, com passagens por vários times europeus, e orunning back e retornador Andrew Follins, que atuou profissionalmente em equipes da Califórnia e Arizona.
Follins conta que o que atraiu ao Brasil, além da possibilidade
de jogar futebol americano, foram as pessoas, a comida, a música e as
mulheres. Mas o jogador não está aqui a passeio, como suas declarações
possam parecer. Ele fez questão de estudar o adversário deste sábado e
destaca alguns jogadores do Espectros, que ele classificou como um time
cheio de talentos:
- Minha expectativa é para um jogo emocionante. Os dois times são muito bons, mas apenas um seguirá em frente (o vencedor do confronto estará classificado para a semifinal do Campeonato Brasileiro). Os jogadores do Espectros jogam em conjunto, como se fossem um só, mas eu destacaria alguns jogadores, como o número 35 Igor (Nery), o número 25 Vitor(Veloso) e o número 27 Flavinho (Gouveia). Mas no geral, acho que vai ser um ótimo jogo para a torcida, para os jogadores e para o esporte no Brasil – destacou o jogador.
A evolução da equipe é clara desde a chegada dos estrangeiros e
o resultado ficou evidente nos placares: na primeira metade do
campeonato, quando ainda não contava com os jogadores americanos, o time
teve uma média de 20 pontos a favor e 7 pontos contra por jogo. Depois
que os reforços chegaram, o rendimento saltou para 49 pontos a favor e 5
contra, números muito próximos do que o Espectros apresentou no
decorrer da temporada: 65 pontos marcados e menos de 4 sofridos. Nas
semifinais regionais, espectros e Bulls tiveram resultados quase
idênticos contra os rivais cearenses: o João Pessoa espectros venceu o
Ceará Cangaceiros por 29 a 14 enquanto o América passou pelo Dragões do
Mar de Fortaleza por 28 a 16.
Brian Gessel, responsável por comandar o ataque potiguar, também falou sobre sua experiência no Brasil:
- Quando o Bulls me procurou eu estava jogando numa equipe
da Alemanha, mas nem mesmo sabia que havia futebol americano na América
do Sul. Acho que os nossos primeiros adversários foram equipes um pouco
mais fracas, no nível que eu imaginava que fossem todos os times do
Brasil, mas estou muito impressionado em ver equipes como o João Pessoa
Espectros e o São Paulo Storm, com um nível tão alto em tão pouco tempo
que o esporte é praticado no Brasil (o futebol americano com equipamento completo tem apenas cinco anos no Brasil).
Gessel também comentou sobre sua expectativa sobre enfrentar o Espectros:
- Estou muito ansioso para jogar contra o Espectros. Vai
ser um jogão. Desde que cheguei no Brasil escuto falar mais do
espectros do que qualquer outro time aqui: o time tem uma boa estrutura e
joga limpo. Tem caras grandes, fortes e também rápidos. Um safety que
bate forte e é famoso por todo o país (Gessel está se referindo a Edvaldo Rosas, o “Pezão”), dois bons running backs e com certeza vou ter que ficar ligado no cornerback número 25 (Vitor Veloso)– completou o quarterback.
O equilíbrio entre as equipes será posto à prova neste sábado, a
partir das 18h30, no estádio Leonardo da Silveira, a Arena da Graça, em
Cruz das Armas. Além do jogo, o evento terá várias atrações, dignas de
uma grande final:
A partir das 17h uma loja de produtos oficiais do Espectros e
a lanchonete já estarão à disposição do público; às 17h30, a banda de
rock Síndrome fará o show de abertura do evento num palco especial
montado no campo; no intervalo da partida, uma promoção da escola de
idiomas CNA, patrocinadora oficial do Espectros, vai premiar com uma
bolsa de estudos o torcedor que se sair melhor numa competição: ganha
quem for melhor em chutar a bola oval dentro do “field goal”, a trave
característica do futebol americano; e mesmo depois do jogo o público
ainda terá atrações, como a cerimônia de premiação do campeão da Liga e a
divulgação e premiação da seleção do campeonato e dos três melhores
jogadores da competição.
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