
Nadezhda, que chegou nesta terça-feira a Krasnoyarsk
- a 4.400 quilômetros de Moscou - após 26 dias de transferência da
prisão da região da Mordóvia, está sendo submetida a uma revisão médica.
Segundo a fonte, o Hospital deTuberculosos de Krasnoyarsk (KTB-1), a
maior clínica penitenciária de toda Sibéria, apesar do nome, não atende
apenas aos doentes de tuberculose. "Em geral, Nadia (Nadezhda) está bem.
Está sendo examinada e se recuperando após sofrer algumas dificuldades
devido à greve de fome. Lê muito e estuda por sua conta", disse à
Interfax Piotr Verzílov, marido da integrante do Pussy Riot.
Verzílov, que cumpre da mesma forma que María Aliójina dois anos de
prisão por encenar uma prece punk no principal templo ortodoxo russo,
assegura que ela "está contente com o tratamento recebido e a estrutura
do hospital". "Nadia considera que pode cumprir sua pena na prisão de
Nizhni Ingash (IK-50), mas também existe a possibilidade de permanecer
no KTB até a conclusão da pena", contou.
O marido da cantora denunciou que a longa duração da mudança foi uma
medida de punição por suas denúncias de abusos na prisão da Mordóvia
onde esteve internada desde outubro de 2012. "Nadezhda passou 26 dias
viajando. Durante esse tempo, não se comunicou com seus parentes.
Normalmente, os transferidos recebem essa possibilidade, mas Nadezhda
não dispôs dela. Durante esse tempo esteve em prisões de passagem. Omsk,
Tiumén e agora Krasnoyarsk", disse.
Segundo o defensor público Vladimir Lukín, a jovem foi transferida a
Krasnoyarsk, já que nasceu nessa região e atualmente está detida na
cidade de Norilsk. Nesta semana, Lukín pediu ao Tribunal Supremo da
Rússia revisar a sentença da cantora em linha com o recurso apresentado
pelos advogados da jovem, acrescentando que a pena "é muito severa para
sua falta".
"Foi uma falta de caráter local. Foi cometido em um templo. Claro, foi
uma ação incorreta, mas merece um castigo administrativo, não uma sanção
penal", disse. No final de setembro, Nadezhda se declarou em greve de
fome para exigir sua mudança para outra prisão após denunciar os abusos
na prisão da Mordóvia onde estava internada.
A artista e ativista denunciou na imprensa russa ameaças de morte por
parte de companheiras de cela e a administração da prisão e os abusos,
os maus tratos e as torturas a que são submetidas permanentemente as
presidiárias.
G1
0 Comentários