"E você que está aí, assistindo o Fantástico, cuidado com essas dietas malucas!", aconselhou o padre Marcelo Rossi depois de perder entre 35 e 40 kg.
A jornalista Renata Vasconcellos entrevistou o padre Marcelo no "Fantástico" (Globo) deste domingo (8) e foi diretamente ao ponto: "Por que a dieta?". "A dieta foi porque as pessoas começaram e me dizer, padre o senhor está gordo. E eu dizia, eu não estou gordo, eu estou inchado. E na época eu tava correndo, só que a corrida não eliminava --aí, eu comecei a dieta", explicou padre Marcelo.
E a dieta consistia em comer apenas alface, cebola e hambúrguer --três por dia.
"Agora o senhor está bem magro", comentou a repórter. "Seis meses fazendo isso, imagina!", respondeu padre Marcelo decididamente muito mais magro. "Infelizmente eu exagerei", acrescentou o padre, "Eu não quis me pesar, mas acho que perdi uns 35, 40 kg".
Tudo começou quando, há três anos, padre Marcelo teve um acidente na esteira ergométrica que o deixou numa cadeira de rodas por seis meses. Foi quando ele começou a se sentir deprimido.
"Completamente curado da depressão?", questionou Renata. "Graças a Deus, quase completamente", respondeu o padre. "O senhor não pensou em buscar ajuda nesse sentido?", indagou a jornalista. "Eu não busquei nenhum psicólogo, ninguém", retrucou padre Marcelo. "Mas padre faz terapia?", insistiu Renata. "Tem vários padres que eu conheço que fazem", respondeu o religioso.
Em seu texto de abertura, Tadeu Schmidt anunciara que a falta de privacidade, a tristeza, o assédio dos fãs e essa dieta radical faziam parte do pacote de momentos difíceis pelos quais o padre Marcelo estaria passando.
"Eu perdi todas as liberdades necessárias", declarou o padre. "Sinto falta de sair na rua, de fazer compra eu mesmo, ir num restaurante que eu quiser, mas tudo tem o seu preço, e eu pago esse preço [pela superexposição]". Além disso, padre Marcelo confidenciou o seu maior temor: "O que mais me assusta é o fanatismo. Esse é o maior perigo em qualquer lugar, em qualquer religião", afirma ele.
E continua: "Muitas vezes nos colocam num pedestal --é até uma idolatria-- e eu sou um ser humano, é o que eu explico para as pessoas. Eu nunca escondi isso de ninguém", argumenta o padre.
"O senhor se julga uma pessoa vaidosa?" perguntou Renata. "Com gordura eu sou vaidoso", respondeu sem titubear o religioso. "O resto não: roupas, coisas... Tudo o que eu fiz, os CDs, eu doei para diocese, e podia ficar comigo. Não sou preso à dinheiro", concluiu.
"Mas ainda toma remédio para calvície?" acrescentou Vasconcellos. "Tomo, esse eu tomo", respondeu padre Marcelo Rossi, que completou 19 anos de ordenação recentemente.
"O que o senhor aprendeu nesses momentos difíceis?", perguntou a jornalista. "Estou aprendendo, vamos colocar assim: a vida da gente é um eterno aprendizado. Deus permitiu que eu passasse por um pouquinho do que é uma depressão para que eu pudesse entender. Porque eu achava que era, desculpe a palavra, frescura", confessou o padre.
"Quando falavam em depressão eu achava que a pessoa tava inventando, e não é. É uma sensação não boa - e o que me salvou foi escrever, foi cantar, foi a oração", arrematou o padre.
"O senhor agora está bem de saúde?", encerrou Renata Vasconcellos. "Agora estou perfeito. São 15 dias que eu estou me alimentando como sempre me alimentei, como eu devia me alimentar". Foi quando padre Marcelo Rossi se voltou para a câmera e deu o recado de quem sentiu o problema na própria pele: "Você que está assistindo, cuidado com essas dietas malucas!".
IG
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