
Pela primeira vez na história, a justiça brasileira condenou a Fifa,
que tem a pretensão de ser um órgão acima dos poderes e das soberanias
nacionais. Aqui e em todos os países.
Vimos para a Copa de 2014 o
quanto a presidenta Dilma Rousseff e o Congresso Nacional tiveram que
ceder diante de exigências às vezes excessivas.
Não é de hoje
esta, digamos, arrogância supra nacional da Fifa. O resultado tem sido
uma crescente insatisfação dos países, Inglaterra à frente, com um
órgão global que movimenta bilhões de dólares e praticamente sem
controle quer nacional, quer internacional.
No Recife, tendo
comprado ingressos para a Copa das Confederações, vários torcedores não
conseguiram encontrar seu lugar para o jogo entre a Espanha e Uruguai.
Muitos tiveram que assistir sentados na escada e outros nem isto. Foram embora.
Em
nome de oito torcedores o advogado pernambucano Rafael Cavalcanti
entrou no Juizado Especial Civel do Recife requerendo indenização por
dano material e moral.
Já ganhou na primeira instância no 23º
Juizado sentença do juiz Jose Jorge. Só em danos morais um dos
torcedores conseguiu dois mil reais.
A Fifa e a Match Sport
alegaram que a responsabilidade era do governo do estado de Pernambuco,
que não entregou no tempo contratual o estádio pronto. E do consórcio
construtor liderado pela Odebrecht.
Ora, a disputa é entre a Fifa e
seus parceiros. Não tem o consumidor nada ver com isto. A
responsabilidade é da Fifa que aceitou o estádio, vendeu os ingressos,
recebeu o dinheiro, e lucrou. Nada mais simples e óbvio.
A Fifa pode ter obtido alguns privilégios de nosso governo. Mas não se inclui entre eles imunidade diante das leis.
O
caminho aberto com a decisão da Justiça de Pernambuco terá repercussão
internacional e - quem sabe? - poderá afetar a médio prazo o estilo Fifa
de se relacionar com as leis de cada pais…
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