Um crime bárbaro
chocou os moradores da Vila Florestal, comunidade periférica da zona
rural de Lagoa Seca, município localizado na região metropolitana de
Campina Grande, Agreste paraibano, distante 129 km de João Pessoa. A
barbárie aconteceu nesta terça-feira, 07, às 16h30, na principal via da
comunidade, próximo a Escola Municipal São Sebastião. A vítima foi o
líder comunitário Evandro Assis de Oliveira, 52 anos, popularmente
conhecido por 'Evandro da Vila', que foi morto brutalmente a pedradas. O
corpo foi encaminhado para o Núcleo de Medicina e Odontologia Legal
(Numol) de Campina Grande.
A Polícia Militar
foi acionada até o local, fez diligências, mas até agora ninguém foi
identificado como o autor do homicídio. A Polícia Civil está
investigando o caso, mas ainda não sabe quantas pessoas teriam praticado
o crime. Moradores e familiares estão revoltados com o assassinato do
líder comunitário, que era muito querido entre os moradores da Vila
Florestal.
Evandro da Vila,
além de líder comunitário, era muito ligado aos movimentos sociais no
município de Lagoa Seca. Sempre lutou pelas melhorias da Vila Florestal,
aonde morava. Junto com outros moradores, fundou no dia 18 de setembro
de 2011 a Associação dos Moradores da Vila Florestal, entidade
apartidária e sem fins lucrativos. Ele ocupava a presidência da AMOVI e
desenvolvia um trabalho social com um sopão comunitário, distribuição de
roupas, entre outras ações em favor dos moradores mais carentes. Em
2012, foi candidato a vereador pelo PMDB, na Coligação 'Lagoa Seca de
Todos', quando obteve 67 votos.
Evandro da Vila,
que sempre lutou pelas melhores condições de segurança de sua
comunidade, foi vítima da insegurança que gera medo e silêncio entre os
moradores da Vila Florestal, conhecida como 'zona de gaza' do município
de Lagoa Seca, em virtude dos inúmeros casos de violência e homicídios
registrados na área.
No dia 28 de
setembro de 2012, José Eduardo da Silva, 20 anos, filho de Evandro da
Vila, foi assassinado com tiros e golpes de faca, quando visitava
familiares na comunidade. A vítima morava no bairro do Pedregal em
Campina Grande. Ele era ex-presidiário e cumpriu pena por homicídio.
Em seu perfil, no facebook, assim escreveu Evandro da Vila, no mês de dezembro de 2012, como sua última mensagem:
"Entre tantos
problemas enfrentados pela Vila Florestal e Vila Ypuarana queremos aqui
deixar nosso sentimento como instituição representativa do povo que ali
sobrevive e não só como entidade social, mas sim, como ser humano e
cidadãos que convivem com o descaso por décadas; contudo, imagino que
seja um momento especial para agradecer a Deus, que é nosso Provedor e
Pai, o Único que nos garante força para vencer as dificuldades impostas
pelo caráter desumano de representantes que visam suas prioridades,
ignorando as limitações do próximo.
É bem verdade
que temos nos esforçados para implantar no entendimento de nossa
sociedade um espirito de luta, luta em defesa de nossos direitos que até
os momentos hodiernos são negligenciados por aqueles que confiávamos
serem competente o suficiente para amenizar o problema da Vila Florestal
e Vila Ypuarana. Queremos agradecer a todos os membros da diretoria da
AMOVI e seus sócios por mais um ano de parceria, colaboração na luta em
defesa de nossos direitos. Desejamos a todos um Feliz Natal, um Ano Novo
repleto de Paz e Prosperidade".
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