O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se mostrou
confiante no sucesso da realização da Copa do Mundo no Brasil, mas
constatou que há atrasos na organização que são maiores dos que os
apresentados na África do Sul no mesmo período.
"O Brasil está mais atrasado na preparação que a
África do Sul no mesmo período. Mas não duvido que um grande país de 200
milhões de habitantes organizará um grande Mundial de futebol", indicou
Blatter em entrevista publicada nesta terça-feira pela France Football.
Blatter recebeu na semana passada a presidente Dilma
Rousseff, em Zurique, onde ouviu garantias de que a competição se
desenvolverá com normalidade. "É a primeira vez que um país tinha sete
anos para organizar um Mundial e tem atraso. Troquei mensagens com Dilma
e ela me disse que o país estará pronto", disse.
O presidente da Fifa se referiu também aos protestos
surgidos no país. "Era um movimento espontâneo, sem objetivo. Agora, as
coisas mudaram", comentou.
"O futebol é como as batatas, vale para tudo. Pode ser
que alguns utilizem o Mundial para fazer eco. Mas quando a competição
começar e a Seleção Brasileira tentar conquistar o seu sexto título, não
acho que ninguém queira prejudicar o futebol. O futebol está aí para
unir as pessoas, para criar pontes", acrescentou.
Blatter considerou que as críticas da Fifa aos
organizadores do Mundial incomodaram muito no Brasil pelo "orgulho" do
país. "O Brasil é a sexta economia do mundo e sua chefe de Estado está
em todas as grandes reuniões internacionais. Se transformou em um país
mais orgulhoso do que era", afirmou.
O presidente também enviou uma mensagem
tranquilizadora sobre o calor no país e as diferenças de temperatura
entre o norte e o sul, e lembrou que já foram disputados outros Mundiais
em condições similares, como os dos Estados Unidos ou México.
Blatter indicou que "há menos problemas" nos Mundiais
organizados na Europa porque "o poder central é mais forte", e usou o
exemplo da Rússia, que organizará a competição em 2018 e que considerou
que "está muito avançada".
Blatter ainda criticou a Comissão Europeia, que está
investigando as condições trabalhistas dos empregados que trabalham nas
obras dos estádios no Catar.
"Todo mundo se mete, as organizações de trabalho, as
ONG, inclusive a Comissão Europeia. Por que se preocupam com um Mundial
que acontece na Ásia? Se a União Europeia quer proteger os operários,
deveria vigiar as grandes empresas que trabalham nas infraestruturas do
Catar, que em sua maior parte são europeias, sobretudo francesas e
alemãs", afirmou.
Blatter não confimou se se apresentará à reeleição da
Fifa em 2015, embora tenha assegurado que "por enquanto" não se sente
"suficientemente cansado para tomar a decisão de parar". "Me sinto bem.
Faz 39 anos que estou na Fifa. Tenho dois corações, o da vida e o do
futebol", assegurou.
EFE
0 Comentários