“Eu moro em Bayeux. Foi a primeira vez que eu fiz isso”,
disse Jardel Silva, de 21 anos, chorando, já deitado no chão. Vestindo bermuda
branca e camisa preta, Silva havia tentado assaltar uma lotérica no bairro de
Tambiá, em João Pessoa, minutos antes. Contudo, o rapaz foi perseguido e rendido
por seguranças e populares.
“A casa caiu”, disse alguém que ouviu um “Aí meu Deus”, de
Jardel aos prantos de braços abertos no chão. Visivelmente assustado, mas sem
lágrimas visíveis, o assaltante mostra o rosto, quando o cinegrafista amador
pede para que “vire a cara” para o celular. Logo depois um segurança que está
descalço e segura um arma enrolada numa camisa avisa:
“Bora negão, levanta aí, de boa bem legal. Mira para o
carro. Mira para o carro que tu não vai precisar de camisa não”, diz o
segurança ao ver o bandido querendo pegar a camisa que deixou no chão e puxando
o assaltante pela bermuda para onde estavam mais dois seguranças num Fiat branco.
Jardel foi levado de volta para a lotérica onde ficou a
espera da guarnição da Polícia Militar. “Relaxa, relaxa”, disse o segurança. “Estou
relaxado”, disse o assaltante. Um homem falou para o segurança que pegou o
assaltante: “Valeu meu irmão, ele podia roubar qualquer um de nós”.
“Agora ele pegou em bosta, são seis homens na praça”. Jardel
ainda reafirmou que foi a primeira vez que ele tentou assaltar e antes trabalhava.
Depois de dizer isso ouviu do segurança que o havia alcançado: “Foi a primeira
vez que eu pego um vagabundo e ele vai vivo para a delegacia, misera! Foi a
minha primeira vez também”. Dentro do automóvel, Jardel seguiu com dois
seguranças da lotérica. Um deles empunhava a arma em direção a sua cabeça.
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