Quebrando tabus: Papa nomeia vítima de abuso sexual infantil para grupo da Igreja


O Papa Francisco nomeou no sábado uma mulher que foi molestada por um padre quando era criança para fazer parte de um grupo que irá ajudar a Igreja Católica lutar contra o abuso sexual clerical de menores que tem assombrado a instituição há mais de duas décadas.
A vítima é Marie Collins, que foi abusada em sua terra natal, a Irlanda, na década de 1960, e fez campanha para a proteção das crianças e por justiça para as vítimas de pedofilia clerical.
Os primeiros oito membros do grupo, quatro mulheres e quatro homens, são de oito países diferentes e incluem o cardeal de Boston Sean O'Malley, a ex-primeira-ministra polonesa Hanna Suchocka e a baronesa Sheila Hollins, psiquiatra britânica.
"O Papa Francisco deixou claro que a Igreja deve manter a proteção dos menores entre suas maiores prioridades", disse o porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, em comunicado.
A formação de um grupo de especialistas, inicialmente anunciado em dezembro, ocorre apenas um mês depois de a Nações Unidas acusar a Igreja de colocar sua reputação como prioridade em detrimento do bem-estar das crianças e impondo uma "lei do silêncio" entre os clérigos sobre a questão da abuso sexual.

As acusações de que o papa Francisco não tenha tomado uma posição suficientemente forte contra o abuso sexual clerical mancharam as críticas positivas que ele recebeu ao chegar ao primeiro aniversário da sua eleição para o papado na semana passada.

Lombardi disse que o grupo iria considerar opções como ação penal contra os infratores, informação sobre a exploração infantil, e definição clara de funções civis e clericais dentro da Igreja.
Reuters

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