Quebrando tabus: Papa nomeia vítima de abuso sexual infantil para grupo da Igreja
3/22/2014 07:50:00 PM
O Papa Francisco nomeou no sábado uma mulher que foi molestada por
um padre quando era criança para fazer parte de um grupo que irá ajudar a
Igreja Católica lutar contra o abuso sexual clerical de menores que tem
assombrado a instituição há mais de duas décadas. A vítima é Marie Collins, que foi abusada em sua terra natal, a
Irlanda, na década de 1960, e fez campanha para a proteção das crianças e
por justiça para as vítimas de pedofilia clerical. Os primeiros oito membros do grupo, quatro mulheres e quatro
homens, são de oito países diferentes e incluem o cardeal de Boston Sean
O'Malley, a ex-primeira-ministra polonesa Hanna Suchocka e a baronesa
Sheila Hollins, psiquiatra britânica. "O Papa Francisco deixou claro que a Igreja deve manter a proteção
dos menores entre suas maiores prioridades", disse o porta-voz do
Vaticano, reverendo Federico Lombardi, em comunicado.
A formação de um grupo de especialistas, inicialmente anunciado
em dezembro, ocorre apenas um mês depois de a Nações Unidas acusar a
Igreja de colocar sua reputação como prioridade em detrimento do
bem-estar das crianças e impondo uma "lei do silêncio" entre os clérigos
sobre a questão da abuso sexual.
As acusações de que o papa Francisco não tenha tomado uma posição
suficientemente forte contra o abuso sexual clerical mancharam as
críticas positivas que ele recebeu ao chegar ao primeiro aniversário da
sua eleição para o papado na semana passada.
Lombardi disse que o grupo iria considerar opções como ação penal
contra os infratores, informação sobre a exploração infantil, e
definição clara de funções civis e clericais dentro da Igreja.
Reuters
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