Diante
de uma ampla gama de lançamentos de Páscoa prometendo características
gourmets, fica difícil escolher um produto que realmente entregue toda
essa qualidade. Entre diversas embalagens especiais e preços por vezes
exorbitantes, as guloseimas podem chegar a R$ 1,2 mil. Os ditos
chocolates artesanais são aqueles compostos por receitas autorais, itens
selecionados e vendidos em pequenas quantidades, deixando para trás as
grandes produções. De acordo com a dona do ateliê Maria Brigadeiro,
Juliana Motter, o cacau fino, como é chamada a melhor matéria-prima do
chocolate, deve ser colhido manualmente e fermentado pelo menos três
horas após a colheita, tudo sob a supervisão do produtor.
A
atenção especial garante mais aroma, sabor e também mais pessoas no
processo de produção, o que encarece o produto final. Outro item
importante de um chocolate considerado artesanal, segundo ela, é a
manteiga de cacau, que também tem um preço mais alto por ser usada na
indústria de cosméticos. “O chocolate 100% manteiga de cacau é aquele
que derrete na mão”, detalha.
Juliana
conta que sua marca utiliza amêndoa de cacau do Pará, onde o restante do
lote é destinado ao Japão, mercado exigente, de acordo com a empresária
que aos seis anos aprendeu a fazer brigadeiros com a avó. “É importante
atentar sempre para as informações nas embalagens dos produtos, quem
procura por receitas artesanais deve fugir das aplicações artificiais,
como corantes e essências”, recomenda.
Já chef
Carole Crema, da La Vie en Douce, caracteriza um produto como especial
quando sua feitura envolve o trabalho de um profissional experiente,
“não basta comprar chocolate belga e derreter”. Para Carole, que passou
por escolas de gastronomia em Londres e Milão, todos os ingredientes
devem ser de primeira linha. A dona da Brigadeiro & Co, Simone von
Gal, que o diga, seu principal produto de Páscoa para este ano é uma
linha de ovos de colher em que 55% dos ingredientes utilizados são
orgânicos e perdem rapidamente as sutilezas gastronômicas por não conter
conservantes.
Simone
traz chocolates do sul da Bahia, da Indonésia, da Austrália, Equador e
da África para produzir ovos de 250g que chegam a custar R$ 180. O preço
não assusta os clientes, no ano passado Simone e a filha Nicole, que
cuida da área comercial da empresa, venderam mil cascas de ovo com
brigadeiro de origem, como elas chamam.
No
entanto, outras companhias apostam mesmo nos recheios para ganhar o
paladar dos consumidores. É o caso dos ovos da fabricante Amor aos
Pedaços que se destacam por receitas exclusivas que acompanham o
tradicional ovo de chocolate. Em 2014, os lançamentos da marca foram
inspirados em docinhos populares como cocadas e cajuzinhos, além do já
tradicional bicho de pé, do qual a dona da marca, Ivani Calarezi, diz
ser a criadora da receita. A Chocolates Munik segue a tendência por
recheios exclusivos com sabores como bem casado, avelã, damasco, doce de
leite e limão siciliano.
Na
Chocolat du Jour, a sócia Patrícia Landmann, explica que foram as formas
originais e as misturas mais simples, com frutas, por exemplo, que
guiaram as novidades da companhia este ano. O chocolate também vindo do
Estado baiano foi relacionado com temas artísticos. Os ovos de um quilo
chegam a custar R$ 347. Já a metade de Ovo Feliz Páscoa da Chocolat tem
3,7 kg e sai por R$ 1.279, o produto traz pérolas nos sabores de menta,
erva doce, maracujá e café.
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