Cuidado com a voz: Paraíba deve registrar cerca de 130 novos de câncer de laringe este ano

O câncer de laringe é uma das principais doenças que podem acometer as pessoas  que usam a voz de forma inadequada. A Paraíba deverá registrar este ano 130 casos novos de câncer de laringe. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer (INCA), segundo o qual a doença deverá acometer mais homens – com uma incidência de 5,47  para cada cem homens  e  1,66 para cada cem mulheres.
De acordo com os médicos especialistas, o câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todas as doenças malignas. Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na corda vocal verdadeira e 1/3 acomete a laringe supraglótica (ou seja, localizam-se acima das cordas vocais).
Fatores de risco
Há uma nítida associação entre a ingestão excessiva de álcool e o vício de fumar com o desenvolvimento de câncer nas vias aerodigestivas superiores. O tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe.
Quando a ingestão excessiva de álcool é adicionada ao fumo, o risco aumenta para o câncer supraglótico. Pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e beber têm probabilidade de cura diminuída e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor primário na área de cabeça e pescoço.
Sintomas de Câncer de laringe
O primeiro sintoma é o indicativo da localização da lesão. Assim, odinofagia (dor de garganta) sugere tumor supraglótico e rouquidão indica tumor glótico e subglótico.
O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais e sintomas como a alteração na qualidade da voz, disfagia leve (dificuldade de engolir) e sensação de um "caroço" na garganta.
Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, pode ocorrer dor na garganta, disfagia e dispneia (dificuldade para respirar ou falta de ar).

Tratamento de Câncer de laringe

O tratamento dos cânceres da cabeça e pescoço pode causar problemas nos dentes, fala e deglutição. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior é a possibilidade de o tratamento evitar deformidades físicas e problemas psicossociais.
Além dos resultados de sobrevida, considerações sobre a qualidade de vida dos pacientes entre as modalidades terapêuticas empregadas são muito importantes para determinar o melhor tratamento.
Entretanto, mesmo em pacientes submetidos à laringectomia total, é possível a reabilitação da voz através da utilização de próteses fonatórias tráqueo-esofageanas.
De acordo com a localização e estágio do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia, havendo uma série de procedimentos cirúrgicos disponíveis de acordo com as características do caso e do paciente.
Em alguns casos, com o intuito de preservar a voz, a radioterapia pode ser selecionada primeiro, deixando a cirurgia para o resgate quando a radioterapia não for suficiente para controlar o tumor.
A associação da quimio e radioterapia é utilizada em protocolos de preservação de órgãos, desenvolvidos para tumores mais avançados. Os resultados na preservação da laringe têm sido positivos. Da mesma forma, novas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas permitindo a preservação da função da laringe, mesmo em tumores moderadamente avançados.
Sintomas
- Rouquidão persistente
- Perda da voz
- Pigarro
- Dor ou ardência na garganta
- Dificuldade para engolir
- Dificuldade para respirar
Dicas para cuidar da voz
- Não fumar;
- Não forçar a voz;
- Não gritar e cochichar;
- Manter o volume normal da voz e articular bem as palavras;
- Evitar falar excessivamente durante exercícios físicos, quando gripado ou com alguma crise alérgica;
- Não pigarrear excessivamente;
- Ingerir muito líquido fresco ou em temperatura ambiente;
- Evitar bebidas alcoólicas;
- Evitar alimentos que causem azia ou má digestão;
- Evitar ambientes com muita poeira, mofo ou cheiros fortes.

Paulo Cosme

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