Em jantar com dez jornalistas, no Palácio da Alvorada, na noite
desta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff avisou que "não tem
tarifaço nenhum" em 2015, rechaçando as notícias de que o governo está
represando agora os preços da gasolina e da energia para liberá-los no
ano que vem, depois das eleições.
— Não existe lei divina que determine que a gasolina brasileira
deve flutuar de acordo com o mercado internacional. O preço do petróleo
no Brasil não está ligado ao preço internacional e não tem de estar.
Dilma contestou estudos que existem na Petrobrás que mostrariam que o preço do combustível está defasado.
— Gostaria que me mostrasse a conta. Me diz o que está defasado. Está defasado em relação a quê?
A presidente defendeu a estatal e ao negar que haja interferência política na empresa.
— Não sou eu que defino o que a Petrobras fará com dinheiro.
Para Dilma, a queda do valor da empresa se deve à crise.
— Toda empresa cai diante da crise.
Dilma lembrou que, em 2003, a empresa valia US$ 15 bilhões e, no
ano passado, estava em US$ 98 bilhões. A presidente rechaçou ainda
informações de que a Petrobrás não tenha dinheiro para fazer seus
investimentos.
— Achar que a Petrobrás não tem dinheiro para explorar é muita
ingenuidade. A empresa vai cumprir as metas de produção de petróleo sim e
a Graça (Foster) vai lutar por isso.
A presidente destacou o potencial que tem o pré-sal e que a prova
disso foi o sucesso do leilão de libra que chegou a ser muito criticado.
— Vocês por acaso acreditam que algum banco internacional não queira investir na Petrobras?
Dilma reiterou sua confiança na presidente da Petrobrás, Graça
Fostes, ao avisa que ela é suficientemente competente para levar a
empresa adiante. Para rebater as previsões pessimistas em relação à
Petrobrás, a presidente Dilma Rousseff anunciou que "quanto mais se
aproximar de 2018, mais seremos grandes exportadores de petróleo".
Energia
A presidente defendeu a redução de preços anunciada nas tarifas de
energia elétrica no ano passado e disse que a reivindicação dos
investidores que do setor "não é legal nem justa". Para ela, "não houve
precipitação" naquela decisão porque os fornecedores já haviam recebido
pela amortização das usinas.
— Portanto, ninguém pode pagar por investimento já pago. Para o
investidor é bom cobrar. Acho até compreensível a reivindicação. Mas não
é justo nem legal e fazer isso seria cometer um crime e quem do governo
aceitar isso não está agindo em defesa do País.
Segundo a presidente, este término de cobrança estava estabelecido
em contrato e os contratos têm de ser cumpridos. Ela atribuiu o aumento
das tarifas à seca que levou à necessidade de uso de energia térmica,
que é mais cara. Dilma classificou ainda como "conto do vigário" alguém
vender a ideia que o país pode funcionar somente com usina solar e
eólica.
— Elas são importantes. Mas são energias complementares.
Estadão
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