A evasão nas universidades Estadual da Paraíba (UEPB) e Federal de Campina Grande (UFCG) tem sido um desafio para as instituições manterem todos os alunos matriculados no início do ano letivo durante todo o ano. Após um levantamento feito pelas Pró-Reitorias de Ensino, foi constatado que nos últimos oito anos, juntas, a UEPB e a UFCG perderam por ano, em média, mais de três mil alunos, sendo a primeira com a desistência de 1.400 alunos e a segunda dois mil.
De acordo com o quadro percentual apresentado por cada universidade, em 2012 a estadual atingiu uma diminuição de 7% no número de seus alunos matriculados nos oito campus da instituição, que no início do calendário escolar matriculou pouco mais de 20 mil estudantes. Já na federal, que teve confirmada a matrícula de 17 mil estudantes em 2012, ao final do ano letivo 12% dos alunos haviam deixado de estudar em uma das sete unidades distribuídas no Estado.
De acordo com o pró-reitor de Graduação da UEPB, professor Eli Brandão, esse tem sido o cenário registrado nos últimos anos, mas que pode começar a ser mudado a partir de 2013. Segundo ele, explicando que os dados do ano letivo de 2013 ainda não foram fechados, mas o primeiro semestre apresentou uma pequena redução no número das desistências. “Identificamos que a evasão foi de 1.050 alunos no semestre 2013.1, que é o período onde acontecem mais as desistências. Se compararmos com o mesmo período de 2012, em que tivemos o abandono de 1.173 alunos, é um número ainda pequeno, mas que lá na frente pode fazer a diferença”, apontou.
Eli Brandão explicou que na UEPB o percentual de abandono é maior nos cursos de Licenciatura. Segundo ele, muitos alunos não desejam de fato o curso escolhido, mas que pela baixa concorrência acabaram arriscando na aprovação, permanecendo por pouco tempo, até que consiga outra vaga em outro curso, inclusive em instituições particulares. “Nós verificamos que a evasão é maior nos cursos noturnos da Licenciatura, talvez porque os estudantes percebam a desvalorização nacional que há na profissão de professor, porque faltam concursos, melhores condições de trabalho e bons salários”, acrescentou o professor Eli Brandão.
Já Luciano Barosi, pró-reitor de Ensino da UFCG, apontou que o índice de evasão é considerado grande nos últimos oito anos também pelo calendário de matrícula dos alunos nas instituições federais acontecer primeiro do que o período de inscrição no Prouni oferecido pelo governo federal. Segundo explicou o docente, muitos alunos acabam sendo aceitos pelo Prouni após estarem estudando nas universidades públicas, e acabam abandonando o curso iniciado.
“A alternativa que defendemos é a mudança no calendário das matrículas. Se o Prouni inscrever primeiro, certamente menos alunos irão desistir do curso nas universidades públicas”, destacou
Com JP
0 Comentários