Sabe esta foto que está rodando o Facebook desde ontem que mostra
uma questão em uma prova de uma escola pública do Distrito Federal
envolvendo a música “Beijinho no Ombro” da Valesca Popozuda?
Isso vem provocando imensas (e sonolentas) discussões entre gente
que acha um absurdo e pessoas que concordam que temas atuais podem sim
ser retratados em uma avaliação escolar.
A principal interessada na história, Valesca Popozuda,
se pronunciou hoje sobre a polêmica e aproveitou para desabafar sobre o
preconceito com o funk e o fato de ter sido chamada ironicamente de
“pensadora contemporânea”.
“Eu acho isso tudo uma bobagem! Se fosse um trecho de qualquer música de MPB ou qualquer música americana que tanto é valorizada por nós, será que fariam a mesma polêmica?”
No desabafo, a cantora reconhece que o professor possa sim, ter sido irônico mas agradece a “homenagem”.
“É um título muito forte e ainda não me sinto pronta pra isso. Já estou pronta pra me chamarem de ‘diva’, ‘sambista’, ‘lacradora’… mas ‘pensadora contemporânea ainda não.”
Valesca também mandou um beijinho no ombro recado para o pessoal do “politicamente correto”.
“Deveríamos nos unir e usar esse tempo todo que vocês passam me julgando para protestar por condições melhores de trabalho para os professores. Com os problemas reais ninguém se preocupa, mas com o fato de uma funkeira ser tema de uma questão de prova é um total absurdo”.
Ela também parabenizou o professor.
“Meus parabéns ao corajoso professor que mesmo não ganhando muito bem é batalhador e corajoso demais para chegar em casa e elaborar uma questão de uma prova colocando um dito popular do momento e ‘sambando’ na cara de todo mundo que está a julgando por isso!
Por fim, ela coloca um ponto final na polêmica respondendo a altura:
“Grande polêmica por algo pequeno. Vou ali ler Machado de Assis e ir treinando pra quem sabe um dia conseguir ser uma pensadora de elite!”
[ATUALIZAÇÃO]
Antonio Kubitschek, o professor que elaborou a prova em questão,
finalmente falou sobre toda a polêmica. Segundo ele, a intenção foi
“gerar discussão sobre formação de valores e chamar a atenção da
imprensa que só vai às escolas quando o assunto é ruim”.
“Não imaginava que criaria uma repercussão nacional. A provocação
partiu de um debate em sala de aula e nesse debate pensamos no papel da
imprensa, que gosta de sensacionalismo e só vem à escola quando o
assunto é ruim – disse Kubitschek, em entrevista por telefone à rádio
CBN.
Sobre ter chamado Valesca de “pensadora contemporânea”, Antonio diz que não foi irônico ao elaborar a questão.
“Por que não posso chamar ela de pensadora? Qualquer pessoa que
consiga construir um conceito é um filósofo. Ela criou um conceito e a
todo momento alguém reproduz isso [o 'beijinho no ombro]. Se ela
influencia a sociedade com o que pensa, eu a considero sim uma
pensadora”.
Papel Pop
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