Marina tem pouca substância e muita conversa, diz revista

A revista britânica The Economist traz editorial com tom crítico à candidatura de Marina Silva à Presidência da República. No texto, a publicação defende que Marina tem de "azer mais para provar que merece" o Palácio do Planalto.

A Economist diz que "há pouca substância e muita conversa sonhadora sobre a nova política" no discurso da ex-ministra.

Após a subida das intenções de voto da candidata do PSB, a The Economist dá amplo espaço à Marina Silva na edição impressa que chega às bancas neste fim de semana.

Além de uma reportagem sobre o avanço da ex-ministra, a revista publica editorial em que critica a falta de substância do discurso da candidata que atualmente é a principal concorrente de Dilma Rousseff.

"Marina Silva ainda tem de dizer mais sobre como exatamente uma pessoa relativamente estranha (outsider, em inglês) iria governar o Brasil. No momento, há muito pouca substância e muita conversa sonhadora sobre nova política", diz o editorial.

"No final, os eleitores do Brasil têm de fazer uma escolha entre ficar entre a Rousseff sem brilho, o Aécio amigável aos negócios ou apostar na emocionante, mas obscura Marina Silva", diz o editorial.

Para a Economist, Marina precisa superar "duas preocupações". "A primeira é a reputação de intransigência que tornaria difícil administrar o Brasil, onde o multipartidarismo é a norma", diz o texto, ao lembrar que a candidata deixou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva por oposição em relação a algumas políticas ambientais.

"Sua fé pentecostal faz com que ela não seja liberal em algumas áreas", completa o texto, ao citar a questão dos direitos civis dos homossexuais.

A outra preocupação da Economist é a experiência. "Dilma Rousseff já é presidente e Aécio Neves governou bem o Estado de Minas Gerais durante anos. Há pontos de interrogação sobre o fracasso de Marina Silva em registrar seu próprio partido político a tempo da campanha presidencial", cita o editorial. "Ela sabe pouco sobre economia".

A revista reconhece, porém, que a experiência tem benefícios questionáveis. "Dilma era considerada uma gestora competente antes de assumir o cargo, mas sua interferência ajudou a empurrar o Brasil para a recessão", diz o editorial. "Marina tem um mês para preencher essas lacunas."

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