O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) conseguiu cumprir dois dos quatro mandados de prisão preventiva expedidos em Goiás pela Operação Dublê, deflagrada nesta quinta-feira (27) contra uma quadrilha suspeita de usar carros de luxo para traficar drogas. Dentre eles, está um detento, preso em Aparecida de Goiânia , e que, segundo as investigações, comandava as ações criminosas no estado. O outro suspeito foi detido em Goiânia. O grupo agia também em Mato Grosso do Sul e São Paulo.
A quadrilha ostentava fotos com veículos de luxo nas redes sociais. Em entrevista coletiva realizada nesta tarde, o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Walter Tiozo Otisuka, responsável pela ação em Goiás, disse que o reeducando, detido na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), coordenava os outros envolvidos por meio de um celular. "Ele é considerado um núcleo para adquirir as drogas e também trabalhava com a parte de transportes", explicou.
De acordo com o MP, a base da quadrilha era o Mato Grosso do Sul. Lá, os suspeitos roubavam e clonavam carros de luxo para fazer o transporte das drogas que seriam distribuídas nos outros dois estados. Daí o nome da operação, em razão da modificação dos veículos.
O Gaeco acredita que pelos menos mais seis pessoas possam estar envolvidas com a quadrilha somente em Goiás.
Transportadoras
Em Goiás, além dos mandados de prisão, foi cumprido um mandado de sequestro de bem, uma caminhonete GM S10, que foi adquirida com dinheiro oriundo do tráfico. Outros cinco mandados de busca e apreensão também foram executados, sendo três deles em transportadoras de veículos suspeitas de participar do esquema.
Segundo promotor, preso comandava quadrilha
em Goiás (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Nestes estabelecimentos, foram recolhidos registros contábeis e de transporte de veículos, R$ 7 mil, além de depósitos bancários. Um homem, que estava armado durante a diligência a uma das empresas, acabou detido em flagrante por porte ilegal de armas.
Os outros dois mandados de busca foram realizados em alas de presídios em Aparecida de Goiânia. No local, foram encontrados celulares, chips e anotações sobre o esquema.
Ostentação
Uma das características do grupo criminosos, segundo as investigações, era o fato de sempre usar veículos de luxo para fazer o transporte da drogas. A quadrilha também ostentava fotos com bens valiosos, como motos importadas e lanchas, nas redes sociais. Para tentar não levantar suspeitas, algumas vezes o grupo enviava os veículos usados para o transporte do entorpecente em caminhões cegonha.
A investigação começou há oito meses. Segundo o MP, até o momento, 16 dos 21 mandados de prisão foram cumpridos nos três estados envolvidos. Nas estradas, a quadrilha mantinha "olheiros" que avisavam os suspeitos que levavam a maconha sobre a presença da polícia nos locais.
Durante os meses de investigação, foram apreendidas cerca de oito toneladas de drogas, principalmente maconha.
Suspeito de integrar quadrilha ostenta moto importada em rede social (Foto: Reprodução/TV Globo)
G1
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