Um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do município de Patos, a 307 km de João Pessoa, foi responsabilizado pelo Conselho Municipal de Saúde da cidade, pois teria negado atendimento a uma mulher, que acabou falecendo.
O caso ocorreu no dia 6 de novembro, no bairro Matadouro. O médico chegou a ser conduzido pela polícia para prestar esclarecimentos.
Segundo o presidente do Conselho, João Bosco Valadares, a entidade abriu uma sindicância e escalou uma comissão para ouvir a família da vítima, os policiais militares que detiveram o médico, a delegada responsável pelas investigações, o próprio profissional de saúde e a direção do Samu.
“Nessa cadeia inteira de informações, ele deve ser responsabilizado, pois tinha a autonomia de enviar a ambulância, ação que optou por não realizar”, disse Valadares.
Ainda de acordo com o representante do Conselho, o médico, ao ser indagado sobre os motivos pelos quais teria negado o atendimento, alegou que serviço não deu condições de realizar o trabalho naquele momento.
“Quando ouvimos a direção do Samu, vimos que as declarações não eram verídicas”, contou Valadares, acrescentando que os próximos passos serão finalizar relatório sobre o caso e encaminhar às instituições responsáveis e prestar queixa crime contra o médico no Ministério Público Federal. “Nós não podemos mais assistir fatos como estes acontecerem na saúde pública de Patos”, indignou-se.
Segundo João Bosco, os policiais militares que trabalharam na ocorrência receberão, do Conselho Municipal de Saúde, Comenda de Honra ao Mérito, pois eles, sim, cumpriram com o papel de servidores públicos.
A delegada Daniela Quirino, da Polícia Civil de Patos, profissional responsável pelo prosseguimento das investigações, disse que, no dia, tudo aconteceu muito rápido. Quando a família ligou para o Samu, o médico suspeito passou orientações sobre o uso de medicamentos. A mulher faleceu pouco tempo depois e os parentes entraram em contato com a Polícia Militar, que entrou em ação.
“Ainda não concluímos o inquérito. Solicitamos todos os áudios das ligações, mas estes estavam em má qualidade e retornaram para uma regravação que será feita pela perícia. Ainda estamos aguardando a reunião de todos os documentos necessários para encerramos o caso e vermos se o médico agiu de forma correta ou foi realmente negligente”, disse a delegada, acrescentando que o suspeito foi afastado do trabalho.
Ela disse que também aguarda material que será enviado pelo Conselho de Saúde, que, em reunião com a mesma, já apresentava posicionamento contrário à atitude do médico.
O Samu confirmou a exoneração do médico, que foi feita pela Prefeitura Municipal de Patos. A entidade informou que membros do Conselho visitaram as instalações da mesma e constataram que tudo estava dentro dos padrões normais, fato também confirmado por Valadares.
Com relação às investigações, o Samu disse estar aberto para colaborar com a Justiça e com todos os órgãos responsáveis pela elucidação do caso, ainda não podendo se posicionar de forma favorável ou contrária ao médico.
Do Portal Correio
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