Wesley não se reapresentou com os "renegados" do Palmeiras na última sexta-feira, na Academia de Futebol, pois foi liberado desse primeiro dia de trabalho com o grupo de jogadores que não serão aproveitados em 2015. Acertado para assinar contrato por quatro anos com o rival São Paulo, o volante gostaria de se apresentar o quanto antes na nova casa. Mas isso deve ocorrer só depois do fim do contrato dele com o Palmeiras, em 27 de fevereiro.
O Tricolor fará uma tentativa para conseguir a liberação antecipada, mas o Verdão promete dificultar o máximo possível.
O jogador está sem clima com atleta e funcionários do Palmeiras, e o clube está disposto a pagar os salários de janeiro e fevereiro, mesmo sem usá-lo nos jogos do Paulistão. Com o adiamento da assinatura do contrato com o São Paulo, Wesley perderia a primeira fase da Taça Libertadores e ficaria treinando separado do elenco palmeirense, na Academia de Futebol.
ENTENDA O CASO
O contrato de Wesley com o Palmeiras vale até o dia 27 de fevereiro. A estreia do São Paulo na competição continental é no dia 18 de fevereiro, contra o vencedor do confronto entre Once Caldas e Corinthians. Pelo regulamento da Conmebol, a lista completa de inscritos deve ser entregue 48 horas antes do primeiro jogo. Ou seja, no dia 16.
Há também a possibilidade de inscrição 24 horas antes da estreia, caso o clube pague uma multa de US$ 10 mil (cerca de R$ 26 mil). De qualquer forma, o volante perderia toda a primeira fase e só poderia ajudar o Tricolor no mata-mata, em caso de classificação.
O Verdão calcula gastar aproximadamente R$ 600 mil com os dois salários e encargos trabalhistas (FGTS, 13º e férias proporcionais, entre outros direitos). Ainda assim, nos bastidores, o clube se mostra quase irredutível a aceitar um acordo com o São Paulo. O motivo é simples: rivalidade. As duas diretorias não se falam, desde que o Tricolor deu um chapéu no Palmeiras e ficou com Alan Kardec, que pertencia ao Benfica.
Nos últimos jogos, Wesley foi muito xingado pelos palmeirenses. O volante chegou a relatar agressão de torcedores para a diretoria, em setembro. Durante todo o ano, o clube diz ter tentado acertar a renovação do seu contrato, mas não obteve sucesso.
Desde que Alan Kardec se transferiu do Palmeiras para o Tricolor, em maio, os presidentes Paulo Nobre e Carlos Miguel Aidar cortaram relações totalmente, o que dificultou qualquer negociação entre os rivais. Thiago Mendes, outro contratado pelo time do Morumbi, também gerou um Choque-Rei fora de campo.
- O Alexandre (Mattos) me perguntou sobre a renovação. Deixamos claro que não haverá a renovação. A princípio ele cumprirá o contrato até o final - disse Hugo Garcia, agente de Wesley.
O discurso do empresário do volante é parecido com o do diretor-executivo palmeirense Alexandre Mattos.
- O Wesley é publico: vai seguir um novo caminho. O Palmeiras entendeu isso. Mas ele tem contrato com o Palmeiras. Como todo atleta ele é um ativo do clube. Temos de ter responsabilidade, e não por situação de desejo ou atrito se desfazer. O Palmeiras está aberto a escutar - disse o diretor-executivo do Verdão, na última quarta-feira.
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