O Ministério da Saúde (MS) revela que a taxa de mortalidade entre
crianças menores de 5 anos na Paraíba, caiu 13,4%, no período de 2010
até o ano passado. No primeiro ano avaliado, a taxa foi de 20,8 mortes
para cada mil crianças nascidas vivas, passando para 19,9, no ano
seguinte, e caindo para 18, em 2012, cujo dado ainda é preliminar.
Já no período de 1990 até 2012, o Nordeste foi a região com o maior
percentual de queda na mortalidade infantil: 77,5%, passando de 87,3 por
mil nascidos vivos para 19,6. A Paraíba acompanhou o ritmo e apareceu
como o terceiro estado da região que mais conseguiu reduzir o indicador,
com percentual de queda de 81%. Segundo dados do Ministério da Saúde, o
Estado perde apenas para Alagoas (83,9%) e Ceará (82,3%).
DESNUTRIÇÃO
Além de problemas de saúde ainda durante os primeiros anos de vida, a
desnutrição também é um fator de risco para a mortalidade infantil. De
janeiro deste ano até agosto, 2.643 crianças com idade menor do que um
ano estavam desnutridas na Paraíba, segundo dados do Ministério da
Saúde. Porém, o mesmo não aconteceu com as crianças na faixa etária dos
12 aos 23 meses. Também nos primeiros 8 meses deste ano, a quantidade de
crianças desnutridas no Estado chegou a 3.832 pessoas.
Para os gestores estaduais, o apoio dos programas sociais contribui
para amenizar o quadro de desnutrição infantil. Com intuito de ajudar a
melhorar a alimentação da filha de 4 anos, a dona de casa Márcia
Cristina recebe o benefício do Bolsa Família desde que a menina tinha
poucos meses de vida. A mãe conta que usa o dinheiro, cerca de R$ 45,00,
para comprar os lanches que a menina leva para a escola. “É uma ajuda
muito boa. Me ajuda a pagar a escolinha dela e ainda comprar o lanche”,
disse.
Márcia revela ainda que a filha nasceu um pouco abaixo do peso, mas
não sofreu graves problemas de saúde. Agora aos oito meses de gestação, a
dona de casa lembra que toma cuidado com a alimentação para garantir a
saúde do futuro bebê.
“Estou tendo acompanhamento da médica do posto e meu filho está bem e com o peso normal. Espero que continue assim”, comemora.
REDE CEGONHA
Segundo informações do Ministério da Saúde, o maior impacto da queda
das taxas de mortalidade infantil aconteceu de 2000 até 2010,
principalmente nas regiões Norte e Nordeste. E para continuar combatendo
a mortalidade infantil, a Paraíba participa do programa ‘Rede Cegonha’.
Criado em 2011, essa iniciativa disponibiliza recursos para
acompanhamento integral da saúde da mãe, por meio do pré-natal, e do
bebê, durante os primeiros 2 anos de vida.
Além deste programa, ações voltadas para o incentivo ao aleitamento
materno também são desenvolvidas na Paraíba, conforme informações da
equipe de Cuidado da Saúde da Criança e do Adolescente da SES. Segundo
informações do grupo, existem na rede estadual de saúde 17 hospitais
‘Amigos da Criança’. Ainda dentro da proposta de estímulo ao
aleitamento, há seis Bancos de Leite Humano e 17 postos de coleta do
material. Na área de saúde da criança, voltada para os recém-nascidos,
existem três Unidades de Terapia Intensiva Neo Natal, sendo uma em
Patos, no Sertão, outra na maternidade Frei Damião e mais uma no
Hospital Edson Ramalho, ambos na capital.
AÇÕES DA SEDH
A secretária de Desenvolvimento Humano do Estado, Aparecida Ramos,
avaliou os dados de maneira positiva e acrescentou que ainda é preciso
intensificar as ações para diminuir ainda mais os números da mortalidade
infantil na Paraíba. Para a secretária, os programas sociais mantidos
pelo governo federal, como o Bolsa Família e Programa Saúde da Família,
ajudaram a melhorar o quadro de desenvolvimento e vida das crianças.
No Estado são desenvolvidos programas na área de Segurança Alimentar e
Nutricional, como a implantação de quatro restaurantes populares,
instalados na capital, Santa Rita, Campina Grande e Patos. Os
restaurantes oferecem 3.500 refeições diárias (de segunda a sexta-feira)
ao preço de R$ 1,00.
Além disso, existem ainda o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),
que atenderá 127 municípios e beneficiará 137.826 pessoas, entre
agricultores e participantes de entidades socioassistenciais.
“Essas políticas de segurança alimentar fazem com que a população
tenham uma alimentação saudável. Com o PAA, o pequeno agricultor vende a
produção ao Estado e sabe que sua produção terá destinação certa. Mesmo
com esses números e a queda das taxas, temos muito o que alcançar para
tornar essa política de segurança alimentar e o acesso aos programas
sociais ao alcance daqueles que precisam”, ressaltou Aparecida Ramos.
Com Jornal da Paraíba
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