O ápice do prazer sexual tem mais particularidades do que você imagina...
O ato sexual tem alguns
objetivos óbvios, como demonstração de amor, reprodução e a busca pelo prazer,
entre outros, é claro. Quando o assunto é prazer, vale lembrar que a experiência
como um todo deve ser agradável, mas não adianta: o momento alto de toda
experiência sexual bem-sucedida é o orgasmo.
Você já deve saber do que se
trata, mas será que entende o que acontece com o seu corpo enquanto você tem umorgasmo? Aliás, por que exatamente você chega ao clímax?
Não é de hoje que cientistas,
pesquisadores, psicanalistas, psicólogos, sexólogos e muitos estudiosos
investigam as causas do orgasmo – ou da falta dele –, as diferentes descrições
de pessoa para pessoa e as influências fisiológicas, culturais e sociais na
intimidade humana. Sigmund Freud foi um psicanalista cujas teorias rodeavam o sexo e a influência familiar do indivíduo.
História
Alfred Kinsey foi um sexólogo
à frente de seu tempo e considerado um dos grandes inspiradores da já conhecida
revolução sexual, que aconteceu nos EUA na década de 1960. A história do
pesquisador acabou se tornando filme: “Kinsey – Vamos falar de sexo”. O
sexólogo comparou o orgasmo humano às oscilações extremas de uma orquestra, uma
explosão de tensões ou até mesmo um espirro.
O fato é que as inúmeras
pesquisas já feitas com a intenção de entender melhor o orgasmo nos provam que
um dos grandes responsáveis pelo fato de conseguirmos ou não chegar ao ponto é
nosso cérebro. Para entender melhor essa relação, é preciso compreender melhor
o que acontece com o corpo durante o ato sexual.
A região genital, assim como
qualquer outra parte de nossa anatomia, contém inúmeras terminações nervosas
que, por sua vez, enviam informações a nervos, cujas principais funções são
manter a conexão entre o corpo e o cérebro. São esses nervos que enviam todos
os tipos de respostas à região cerebral: dor, prazer, cócegas, arrepios e
afins.
Trabalho em grupo
É por isso que, para que se
tenha prazer sexual, é preciso estímulo sexual. E é por isso também que
sensações diferentes são sentidas quando há estímulos distintos em regiões
diversas. Um orgasmo de clitóris é diferente de um vaginal, afinal, as
terminações nervosas envolvidas nas duas regiões são distintas umas das outras.
Essas terminações nervosas às
quais nos referimos são minúsculas, mas poderosas, e nosso corpo é cheio delas.
As regiões genitais são cheias dessas estruturas – o clitóris, por exemplo,
apesar de ser minúsculo, tem mais de 8 mil terminações nervosas, todas
conectadas aos nervos responsáveis por receber as informações sexuais. Esses
nervos envolvidos com as regiões genitais são o hipogástrico, o pélvico, o
pudendo e vago.
Cada um desses nervos é
responsável pela sensibilidade de uma área diferente. O hipogástrico está no
útero e no cervix da mulher e na próstata nos homens; o pélvico é responsável
pelo prazer vaginal e cervical da mulher além dos estímulos no reto, em ambos
os sexos; o pudendo transmite estímulos clitorianos em mulheres, e nos homens
atua nas regiões do pênis e do escroto. O trabalho de tantos nervos ao mesmo
tempo é o que torna a sensação tão prazerosa.
Mais do mesmo
O nervo vago é o único que
não passa pela medula espinhal. Ele é responsável pela enervação de todos os
órgãos abaixo do pescoço e provavelmente o encarregado em garantir prazer
sexual na região cervical a pessoas em condições como a paraplegia.
Se você acha que o papel do
cérebro já acaba por aqui, saiba que tem mais coisas ainda e o que você vai
conhecer a seguir talvez esclareça algumas dúvidas que você tem há muito tempo.
Vamos lá: você sabe que seu cérebro é dividido em algumas partes e que esses
segmentos são responsáveis por certas tarefas? E você sabe também que nossa
“caixola” tem uma área específica para o prazer: desde o de comer um chocolate
até o de usar algum tipo de droga?
Essa área, conhecida também
como “circuito de recomenpensa”, é dividida em outras mais específicas e você
vai precisar conhecê-las se quiser entender melhor algumas das questões mais
intrigantes do comportamento sexual humano.
Divisão do prazer
A primeira parte é a
amígdala, que regula emoções; depois vem o núcleoaccumbens, que controla a liberação de
dopamina. Essa substância só é liberada, de fato, pela área ventral tegmental;
já o cerebelo controla as funções musculares. A hipófise libera beta-endorfina,
o que aumenta a dor; ocitocina, que aumenta sentimentos de confiança; e
vasopressina, que fortalece laços sentimentais. Ou seja...
Embora os estudos acerca de
regiões de prazer sejam avançados, o mesmo não se pode dizer a respeito das
causas do prazer sexual – especialmente em mulheres. Pesquisas atuais buscam
monitorar as regiões cerebrais de homens e mulheres durante momentos em que
sentem estímulos para tentar desvendar o quebra-cabeça.
O que se sabe até o momento é
que não há muita diferença entre as atividades cerebrais de homens e mulheres
durante o sexo. Curiosidade: o cérebro de alguém durante um orgasmo se parece95% com o de uma pessoa tomando uma injeção de heroína.
Quanto às diferenças entre os
cérebros femininos e masculinos, já se sabe que as mulheres têm ativadas
algumas áreas cerebrais responsáveis pelo medo e ansiedade. Segundo os
pesquisadores, isso pode explicar a necessidade que algumas mulheres têm de se
sentirem protegidas.
Dificuldade
E quem não consegue atingir um orgasmo? Como fica? Infelizmente, isso
existe e é mais comum do que se pensa. Há muitos casos de pessoas que
simplesmente não conseguem ter prazer sexual, característica conhecida como
anorgasmia.
Algumas causas envolvem o uso de antidepressivos que diminuem a produção
de dopamina, o neurotransmissor que reconhece sensações de prazer e estimula a
pessoa a buscar aquilo mais vezes. Em casos de diminuição de dopamina por
razões medicamentosas, vale lembrar que é possível conversar com um médico e
tentar mudar de tratamento.
Estudos constantes são feitos para entender como uma pessoa pode não ter
prazer sexual ou como ela até pode sentir prazer, mas nunca atingir um orgasmo.
Infelizmente, ainda não há respostas finais para essa questão.
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