Nesta terça (3) e quarta-feira (4), 30.341 pessoas privadas de liberdade
vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013. Os
candidatos terão que resolver quatro provas objetivas que abrangem as
várias áreas de conhecimento abordadas em sala de aula. Eles farão as
provas nas próprias unidades prisionais e socioeducativas. O número de
inscritos aumentou 28,2% em relação ao ano passado, quando o total
chegou a 23.665. O crescimento é um pouco maior do que verificado no
Enem aplicado aos demais candidatos, que em 2013 teve 7,1 milhões de
inscritos, cerca de 27% a mais que em 2012 (5,6 milhões).
A maior parte dos inscritos, 23.405, fará a prova para obter a
certificação do ensino médio. Os dados são do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Enem também
pode ser usado pelos candidatos como forma de ingresso no ensino
superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu); no
particular, com as bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni); e
no técnico, pelo Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e
Tecnológica (Sisutec).
O ensino superior pode ser cursado de forma presencial pelos detentos em
regime semiaberto ou de forma indireta, quando, mediante a autorização
de um juiz, o interno tem acesso à gravações das aulas.
“O Enem está sendo bem-aceito, fazemos a divulgação tanto para os
detentos que participam dos núcleos de ensino, como nas próprias celas”,
diz o coordenador de Educação nas Unidades Prisionais e responsável
pela aplicação do Enem nas unidades do Distrito Federal (DF), Ricardo
Gonçalves Barbosa. “Desde o início do ano letivo, desde que o Enem foi
permitido para os privados de liberdade, fazemos o nosso planejamento
envolvendo conteúdos do exame”, destaca. Segundo ele, os estudantes
fazem provas interdisciplinares, com preenchimento de gabaritos durante
todo o ensino médio, a fim de treinar para as provas.
No caso dos privados de liberdade, os candidatos são todos isentos de
taxa de inscrição, que foi R$ 35 para os demais candidatos. Eles
manifestam o interesse de participar e, mediante autorização, são
inscritos por um coordenador pedagógico da instituição. No DF, 979 foram
inscritos. O número, segundo Barbosa poderia ser maior, caso houvesse
estrutura e mais fiscais para acompanhar a aplicação da prova.
O professor Altemir de Almeida ensina nas unidades prisionais do DF há
sete anos. Antes disso, trabalhou no ensino regular, por 12 anos. “A
educação é moeda de troca na cadeia. Muitos querem estudar, mas as vagas
são limitadas. Elas acabam sendo oferecidas àqueles com melhor
comportamento. Então, em sala de aula, vemos alunos muito interessados”,
conta.
Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados na página do Inep até
o dia 9 de dezembro. Os responsáveis pedagógicos poderão acessar os
resultados individuais dos participantes do Enem 2013 da unidade
prisional ou socioeducativa pelos relatórios disponibilizados no sistema
de inscrição, com a inserção da senha pessoal.
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