Mulheres grávidas, bebês e crianças pequenas deveriam evitar leite
não pasteurizado (ou cru) e produtos lácteos feitos a partir deste tipo
de leite devido a seus riscos de infecções bacterianas. O comunicado foi
divulgado neste domingo pela Academia Americana de Pediatria e segue a
recomendação de outros órgãos internacionais, como a Associação Mundial
de Saúde e a agência reguladora de remédios dos Estados Unidos, a FDA.
Seja
de vacas, cabras ou ovelhas, são uma fonte de infecções perigosas
principalmente para mulheres grávidas, fetos, idosos, crianças e pessoas
com sistemas imunológicos comprometidos, diz a declaração americana.
Lá
o consumo tem se tornado popular por circular a informação de que seria
mais benéfico à saúde. Mas segundo a academia, isto não é comprovado.
Ao contrário, o órgão afirma que estudos têm mostrado com frequência que
o leite não pasteurizado e seus laticínios contém níveis equivalentes
de nutrientes, tais como proteínas, carboidratos, cálcio, vitaminas e
enzimas.
“Não temos evidência científica de que consumir leite
cru garante qualquer vantagem sobre o pasteurizado”, afirmou em
comunicado, Yvonne Maldonado, professora de Pediatria da Escola Médica
da Universidade de Stanford. “O que vemos é um número grande de doenças
devido ao leite cru”.
No Brasil, ele é consumido principalmente em
zonas rurais. É o leite ordenhado, que ainda não passou por processos
de homogeneização ou pasteurização, que são o que impedem a contaminação
bacteriana, como da Salmonella typhi. Há pouca informação
sobre estes riscos no país por parte de órgãos de saúde. Em maio, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou amostras de
leite cru adulterados com substâncias como formol.
Nos Estados
Unidos, entre 1998 e 2009, foram registrados 93 surtos da doença, que
deixaram 1.837 doentes, 195 hospitalizados e dois mortos. A maioria foi
causada por contaminação do produto com as bactérias E. coli, espécies de Salmonella ou Campilobactéria.
Infecções por tais bactérias podem causar diarreia, febre, cólicas,
náuseas e vômitos. Algumas infecções, além disso, podem se tornar
sistêmicas.
“Há estudos recentes demonstrando que mesmo animais
saudáveis em boas instalações levam alguns destes organismos em suas
tetas; ou estes organismos estão em algum lugar no ambiente, e o leite
pode ser contaminado”, disse Madonado. “Quando estes organismos são
ingeridos, especialmente por bebês e mulheres grávidas, eles pode causar
doenças graves”.
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