Pesquisadores da Itália acreditam que um teste que mede a
temperatura do hálito de um paciente possa servir para diagnosticar o
câncer de pulmão de forma rápida e não invasiva. A eficácia de um teste
desse tipo foi demonstrada em um estudo cujos resultados serão
apresentados nesta segunda-feira na Alemanha, durante o congresso da
Sociedade Respiratória Europeia.
A pesquisa se baseou nos dados de 82 pessoas que foram submetidas a
exames tradicionais para detectar o câncer de pulmão. Entre elas, 40
receberam o diagnóstico positivo da doença. Os especialistas, então,
usaram um aparelho chamado X-Halo para medir a temperatura do hálito dos
participantes.
Segundo os resultados, o hálito exalado pelos pacientes com câncer
de pulmão estava com uma temperatura maior do que o hálito das pessoas
sem a doença. Além disso, a temperatura foi maior quanto mais avançado
era o estágio do câncer ou quanto maior o tempo em que o paciente era
fumante. No estudo, os pesquisadores também conseguiram identificar uma
temperatura limite, a partir da qual é possível identificar a doença com
maior precisão.
Diversas pesquisas
já tentaram desenvolver um teste capaz de detectar um câncer pelo
hálito do paciente, mas essa é a primeira vez em que um estudo mede a
temperatura do ar exalado para chegar ao diagnóstico.
“Nossos resultados sugerem que o câncer de pulmão provoca um
aumento da temperatura do ar exalado. Essa é uma descoberta importante,
que pode mudar a forma como diagnosticamos a doença”, diz Giovanna
Elisiana Carpagnano, professora da Universidade de Foggia, na Itália, e
coordenadora do estudo. “Se nós pudermos aprimorar um teste que detecta o
câncer de pulmão pela temperatura do hálito, melhoraremos o processo de
diagnóstico ao oferece um teste que causa menos stress ao paciente, que
é mais barato e menos trabalhoso para os médicos.”
Maneiras de parar de fumar
Desassociar o cigarro do prazer
O fumante associa o cigarro a momentos de prazer, como a
pausa no trabalho e a cerveja no bar com os amigos. Para quebrar esse
padrão, a hora de fumar deve deixar de ser agradável. "A pessoa deve
passar a fumar sozinha e, se possível, de maneira desconfortável, como
em pé na área de serviço", sugere Jaqueline Issa, cardiologista diretora
do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração da USP
(Incor). "Só assim ela vai realmente entender que é dependente, porque
vai perceber que teve de levantar do sofá, onde estava sentada
confortavelmente, para ir à área de serviço fumar."
Parar gradualmente (grau de dependência alto)
A nicotina estimula a produção de dopamina, um
neurotransmissor associado à sensação de prazer. Por isso, um dos
sintomas da abstinência é o mau humor. Diminuir gradativamente o fumo
ajuda a minimizar o sofrimento. "A pessoa deve se planejar para
abandonar o vício completamente em quatro semanas", diz Jaqueline Issa. A
recomendação é reduzir o número de cigarros em 25 a 30% a cada sete
dias. Se a pessoa está acostumada a fumar vinte cigarros por dia, deve
diminuir para quinze na primeira semana, dez na segunda e cinco na
terceira, até parar na quarta.
Parar de uma só vez (graus de dependência leve e moderado)
A interrupção abrupta é a mais utilizada por quem decide
abandonar o vício por conta própria, sem acompanhamento médico. "A
pessoa geralmente para de uma vez ao descobrir ter uma doença ou, se for
mulher, estar grávida", diz Jaqueline Issa. Nesse método, a
manifestação dos sintomas de abstinência costuma ser maior do que em
quem larga o cigarro gradualmente. Por isso, as chances de sucesso da
parada abrupta são maiores nos fumantes com nível de dependência leve ou
moderado.
Distrair-se
A abstinência do cigarro se manifesta por meio do que os
médicos chamam de fissura, episódios que duram de dois a três minutos em
que parece ser impossível continuar sem fumar. "Nesse momento, é
preciso se distrair: tomar água, chupar uma bala (manter a boca ocupada
ajuda), dar uma volta e pensar que essa fissura só dura minutos", afirma
Jaqueline Issa.
Evitar álcool e cafeína
Ingerir álcool desencadeia uma série de processos químicos
que aumentam a vontade de fumar. "Se a pessoa sente desejo de fumar ao
ver outros fumantes, é melhor evitar o álcool e as áreas abertas de
bares e restaurantes, onde o cigarro é permitido”, diz Jaqueline Issa. O
mesmo acontece com o café: durante o tratamento, é recomendável trocar a
bebida pura pela versão com leite, e diminuir a quantidade. "Eu costumo
sugerir, no máximo, quatro xícaras de café com leite por dia", diz
Jaqueline.
Exercitar-se
A prática de atividade física, além de liberar os mesmos
neurotransmissores associados à sensação de bem-estar que a nicotina, é
associada a um estilo de vida saudável. "Nos momentos em que uma pessoa
tem vontade de fumar, ela pode fazer uma caminhada, por exemplo, que vai
se sentir melhor sem o cigarro. Claro que não é viável se exercitar o
dia inteiro, mas manter uma frequência diária já ajuda", diz José
Roberto Jardim, coordenador do Núcleo de Prevenção e Cessação do
Tabagismo da Unifesp.
Listar os motivos que justificam a decisão
"Mais do que querer e ter força de vontade, encontrar uma
razão para deixar de fumar é essencial", diz José Roberto Jardim. Essas
razões podem incluir, por exemplo, evitar uma doença grave, poupar
dinheiro ou dar exemplo para o filho. Listar os motivos mais
significativos ajuda nos momentos em que resistir ao cigarro parece
impossível. "A pessoa pode escrever essa lista, guardar em algum lugar e
consultar quando quiser se lembrar do motivo de ter tomado aquela
decisão", diz Jaqueline Issa.
Contar com o apoio dos familiares e amigos
Anunciar a decisão de parar de fumar para as pessoas
próximas costuma ajudar. Primeiro, porque reforça o compromisso consigo
próprio. Segundo, pelas palavras de incentivo. "Mas as pessoas devem
estar preparadas para dar apoio. Se você sabe que elas vão desestimular a
decisão, é melhor não contar", diz Jaqueline Issa. "Familiares e amigos
devem entender que você estará passando por um momento difícil e que,
por isso, talvez fique mal humorado ou desanimado."
Fazer tratamento médico
"Tabagismo não é um hábito, é uma doença, e precisa ser
tratado como tal", diz a cardiologista Jaqueline Issa. Parar de fumar
por conta própria pode ser difícil por causa dos sintomas ligados à
abstinência da nicotina. O tratamento feito com medicamentos que atuam
nos receptores de nicotina ou nos neurotransmissores estimulados pela
substância, como a dopamina, ajuda a atenuar os sintomas. "Primeiro,
tentamos o tratamento usando apenas um tipo de remédio. Se após duas ou
três semanas a pessoa não melhorar e os sintomas persistirem, podemos
combinar duas drogas, o que geralmente garante bons resultados”, diz Jaqueline.
Usar adesivos ou mascar gomas de nicotina
Ao contrário dos tratamentos com remédios que atuam no
cérebro, para fazer uso de adesivos ou gomas com nicotina não é
necessário acompanhamento médico – basta seguir as instruções da bula.
Esse tipo de produto oferece ao usuário uma pequena dose de nicotina,
que ajuda a impedir as crises de abstinência. Os adesivos e gomas de
nicotina só são recomendados para aqueles que fumam menos de vinte
cigarros por dia: caso contrário, seria preciso usar uma quantidade
muito grande do produto para surtir efeito, além do gasto financeiro
também ser alto.
Veja
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