Após o aumento significativo do apoio à independência da Escócia, o
primeiro-ministro britânico, David Cameron, o líder do Partido
Trabalhista, Ed Miliband, e do Partido Liberal Democrata, Nick Clegg,
cancelaram compromissos na quarta-feira em Londres para fazerem uma
viagem de emergência à Escócia em campanha pela união entre os países. A
viagem coincide com a divulgação de uma nova pesquisa que mostra um
empate técnico no referendo de 18 de setembro (39% para o "não", 38%
para o "sim").
Em um plano endossado por Cameron, Miliband e Clegg, os três
principais partidos britânicos comprometeram-se com uma nova legislação
que daria mais poderes ao Parlamento escocês. O pacote seria acordado
até o fim de janeiro e pronto para ser votado na Câmara dos Comuns
imediatamente após as eleições gerais de maio de 2015.
O programa legislativo incluiria mais poderes sob imposto de renda,
bem como a devolução de controle sobre o subsídio de habitação, o
programa de trabalho e outros impostos. Aprovado às pressas, o plano foi
anunciado na segunda-feira à noite pelo ex-premier e ex-líder
trabalhista Gordon Brown.
"Estamos falando de uma grande mudança constitucional", disse o
ex-premier, natural de Glasgow. "Precisamos mudar para algo próximo ao
federalismo. A mudança está no ar e chegará à Escócia", acrescentou
Brown.
Blair Jenkins, presidente-executivo da "Yes Scotland", afirmou que a
proposta mostra o "pânico" e o "desespero" do Partido Conservador, de
Cameron, depois de perder a liderança nas pesquisas.
"A Escócia não vai confiar nos Tories [conservadores] na entrega poderes que está muito aquém do que precisa", afirmou Jenkins.
Em uma entrevista coletiva em Edimburgo na manhã desta terça-feira,
os líderes escoceses dos partidos pró-britânicos insistiram que os novos
poderes foram garantidos e seriam negociados em conjunto depois de um
período de consulta curta, mas intensa com grupos cívicos escoceses.
Valor Econômico
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