O Ministério Público de São Paulo tem, segundo reportagem publicada pelo "Estado de S.Paulo", indícios de que dirigentes da Portuguesa receberam dinheiro para escalar irregularmente o jogador Hérveton. O episódio acabou custando quatro pontos à Lusa na classificação final do Campeonato Brasileiro do ano passado e, por consequência, rebaixou o clube para a Série B de 2014. A queda da Portuguesa evitou que o Flamengo, outro punido com a perda de quatro pontos, pela escalação irregular de André Santos, também na última rodada, fosse para a segunda divisão. O Fluminense foi mais um clube interessado no caso, já que teria sido ele o rebaixado caso Portuguesa e Flamengo não tivessem recebido suas punições.
A investigação do MP paulista não terminou. Ainda há depoimentos marcados para fevereiro de 2015. Mas, de acordo com a reportagem, o inquérito aponta para a conclusão de que a Portuguesa recebeu dinheiro em troca da escalação de Héverton, feita de forma premeditada, mesmo com o conhecimento do clube de que ele não teria condições legais de jogar. A missão dos procuradores agora seria descobrir quem pagou, qua o valor e a quem.
Quem conduz a investigação no MP é o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A investigação tenta encontrar a movimentação financeira de pessoas que poderiam ter interesse no rebaixamento da Portuguesa, tanto no próprio clube quanto fora dele. Descobrir o caminho do dinheiro é a forma dos procuradores de chegar aos envolvidos.
- Estamos convencidos de que pelo menos dois ex-dirigentes da Portuguesa receberam vantagens para que essa situação tenha acontecido - afirmou Roberto Senise, promotor do Ministério Público de São Paulo, segundo reportagem do site Globoesporte.com.
Não há, porém, comprovação da suspeita de corrupção. Senise diz que a investigação continua e que, até o momento, demonstra ter havido uma série de erros de funcionários da Lusa que levaram à escalação irregular de Héverton.
A Portuguesa também investiga. Numa apuração interna, determinada pela atual diretoria, o clube tenta identificar quem participou, e como, da decisão de escalar o jogador. O principal alvo é o ex-presidente Manuel da Lupa. O presidente do Conselho Administrativo fala em processá-lo civil e criminalmente e em cobrar dele até R$ 30 milhões, valor estimado do prejuízo do clube com o rebaixamento.
O Globo
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