TSE aponta 15 'inconsistências' nas contas da campanha de Aécio Neves

Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responsáveis por analisar contas de campanha apontaram 15 "inconsistências" em informações sobre receitas, despesas e transferências na prestação de contas entregue no ano passado pelo candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, derrotado no segundo turno pela candidata do PT, a atual presidente, Dilma Rousseff.

A prestação de contas do tucano ainda está sendo analisada pela relatora do processo, ministra Maria Thereza de Assis Moura, e não tem data para ser julgada pela Corte. No último dia 14 de agosto, ela intimou Aécio a esclarecer uma série de omissões e divergências nas contas.
Nesta segunda-feira (31), em Belo Horizonte, Aécio Neves afirmou que os problemas apontados são "coisas iminentemente formais".
"Não há nenhuma denúncia – diferentemente do que ocorre em relação às contas da presidente da República – de utilização de empresas fantasmas, de pagamentos indevidos, sem a correspondente prestação dos serviços", afirmou. "Os advogados já, imediatamente, comunicaram as correções, com as justificativas ao Tribunal Eleitoral. Não há nenhuma investigação em relação a conta do PSDB", declarou.
'Inconsistências'
Entre as inconsistências apontadas pelos técnicos do TSE, constam:
- R$ 3,9 milhões repassados pela direção nacional do PSDB e por diretórios regionais à campanha de Aécio, declarados somente numa retificação entregue em março deste ano, mas que não haviam sido registrados na prestação final, entregue em novembro do ano passado.

- Recebimento de R$ 4 milhões de diretórios do PSDB e do PTB. O valor não teria sido declarado pelos diretórios em suas respectivas prestações de contas.
- Particulares declararam ter doado R$ 750 mil, mas o valor não apareceu na prestação de contas do candidato.

- Repasses do Comitê Financeiro da campanha no valor de R$ 20 mil para a conta do candidato feitos no final de julho, mas não declarados por ele em sua primeira prestação de contas parcial, entregue no início de agosto.
- Repasses de R$ 4,2 milhões, recebidos no final de agosto, mas não registrados na segunda prestação parcial, entregue em setembro.
- Informações conflitantes sobre despesas. Fornecedores informaram ao TSE, por exemplo, que receberam da campanha R$ 2,3 milhões para prestar diversos serviços, mas a prestação de contas teria omitido esses pagamentos na prestação final de campanha.

- Gastos que somam R$ 83,8 mil declarados por fornecedores não declarados na primeira prestação parcial, de agosto.
- Gastos de R$ 1 milhão recebidos e declarados por prestadores de serviços, mas não registrados na segunda prestação parcial de contas do candidato, entregue em setembro.

- Problemas no registro das chamadas "doações indiretas", isto é, valores repassados pela conta de Aécio a outros candidatos oriundos de doadores privados. A prestação de contas do tucano informa, por exemplo, que repassou R$ R$ 500 mil a outros prestadores de contas (candidatos ou diretórios partidários) oriundos da Construbase Engenharia. O valor, no entanto, não aparece na relação de doações recebidas na prestação de contas do candidato.

- Comitê Financeiro da campanha registrou em sua prestação de contas o recebimento de R$ 2 milhões do candidato, oriundos da Construtora Odebrecht. A prestação de contas do tucano, no entanto, não teria contabilizado esse repasse feito ao comitê.
G1 

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