Instituto Butantã testará vacina contra dengue em brasileiros; voluntários podem se inscrever

O Instituto Butantan, em parceria com o National Institutes of Health, dos EUA, e a Universidade de São Paulo (USP), iniciará os testes da vacina contra a dengue em humanos. Nesta quarta-feira (2), foram abertas as inscrições para os 50 voluntários brasileiros que desejam participar dos primeiros testes clínicos.
Nesta primeira etapa, os voluntários devem ser saudáveis, ter entre 18 e 59 anos, morar na capital paulista e nunca ter tido dengue. Eles serão imunizados em duas doses, com intervalo de seis meses entre elas, e serão acompanhados por cinco anos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 
"Essa é a primeira vez que a vacina será testada no Brasil, que é uma região endêmica", afirma Alexander Precioso, diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantã. Foram feitos testes nos EUA, mas a doença é rara no país. Ainda não existe vacina licenciada para uso contra a dengue no mundo.
A criação da vacina teve início em 2006, juntamente com os institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os vírus foram identificados no país e, posteriormente, transferidos para o Butantan, em 2010.
A vacina é tetravalente, ou seja, visa a combater os quatro diferentes tipos de vírus da dengue, transmitidos aos humanos por mosquitos. "O maior objetivo é evitar as formas graves da doença", diz Esper Kallas, coordenador do estudo no HC.
A técnica utiliza o chamado vírus atenuado. Isso significa que o próprio vírus da dengue é modificado para que ele seja capaz de fazer com que as pessoas produzam anticorpos, mas sem desenvolver a doença. 

Os interessados em participar do estudo podem ligar para os telefones (11) 2661-7214 ou (11) 2661-3344, de segunda a sexta, das 9h às 18 horas, ou entrar em contato pelo e-mail vacinadengue@usp.br.
A próxima etapa, que deve ter início no próximo ano, vai incluir pessoas com histórico de dengue, e a vacina será aplicada em dose única. Serão 250 voluntários da capital paulista e da cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado.
Na terceira e última fase, serão recrutadas pessoas de diversas partes do país, de várias idades. Se os testes correrem como o esperado, a previsão dos pesquisadores é de oferecer a vacina à população a partir de 2018.

Postar um comentário

0 Comentários