MORADORES DO BAIRRO FIZERAM JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS, MAS EXAME COMPROVOU QUE NÃO HOUVE ABUSO
A acusação não comprovada de estupro de três enteadas pode ter custado a
vida do auxiliar de serviços gerais Marcelo Pereira da Silva, de 31
anos. Ele foi morto a tiros, na manhã de ontem, no bairro Ilha dos
Aires, em Vila Velha, um dia depois de ter sido acusado de abusar das
crianças.
Esse fato, segundo a polícia, pode ter motivado o assassinato. No
entanto, de acordo com a polícia civil, as meninas - de 11, 10 e três
anos - foram submetidas a exame no Departamento Médico Legal (DML), que
não comprovou o estupro.
Marcelo já havia sido agredido por moradores do bairro na quarta-feira,
quando sua ex-namorada, mãe das crianças, denunciou o abuso. Na ocasião,
foi socorrido pela polícia militar e liberado depois que o laudo não
comprovou o estupro.
No entanto, na manhã de ontem, homens armados quebraram o portão da casa
da atual namorada da vítima, subiram até o segundo andar da residência,
invadiram o local e executaram Marcelo com mais de 20 tiros. Em
seguida, eles saíram do local correndo.
Familiares afirmam que o auxiliar era inocente da acusação de abuso. De
acordo com a mãe da vítima, a dona de casa Rosalina da Silva, a
ex-namorada do filho o procurou na manhã de quarta pedindo para ele
tomar conta das enteadas de 11, 10 e três anos, enquanto ela trabalhava.
O auxiliar de serviços gerais teria chamado a atenção da menina mais
velha, que não teria gostado. Ele levou as crianças até a escola e
depois foi para a casa da mãe, no mesmo bairro. Na escola, a garota
disse aos colegas de turma que o padrasto havia estuprado ela e as
irmãs, enquanto a mãe estava fora.
As crianças foram até a professora e contaram o que tinham ouvido. A
mulher então, avisou a diretora da escola, que acionou o Conselho
Tutelar. “Depois disso, a fofoca se espalhou pelo ar e todo mundo do
bairro já estava sabendo”, contou a mãe de Marcelo.
As meninas foram levadas para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ)
de Vila Velha, e de lá, encaminhadas para exames de conjunção carnal,
no Departamento Médico Legal.
Depois de medicado - após ser agredido por populares - Marcelo também
foi para o DPJ. Segundo a Polícia Civil, ele permaneceu no local até de
madrugada, quando por volta das 4 horas foi liberado, após o resultado
do exame médico comprovar que as meninas não haviam sofrido abuso.
Fonte: Gazeta Online
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